Guia de segurança na água para crianças

Bebés e crianças
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É rara a criança que não aproveita cada minuto do verão para estar dentro de água. Para que não haja lugar para acidentes, siga este guia de segurança na água.

O afogamento é a segunda causa de morte acidental até aos 19 anos na Europa. Em Portugal, na última década, pelo menos 189 crianças foram vítimas de afogamento. Embora a época balnear seja sinónimo de boa disposição e divertimento, infelizmente, é muitas vezes em situações de lazer que ocorrem fatalidades. Partilhamos consigo todas as regras para que o seu filho esteja sempre em segurança na água.

 

1. Recomendações gerais para segurança na água

  • Nomeie uma pessoa adulta e capaz de intervir, responsável pela vigilância das crianças
  • Ensine as crianças a nadar a partir dos três anos e meio/quatro anos

 

2. Ensine às crianças comportamentos seguros na água

  • Nunca nadar sozinha
  • Nadar paralelamente à margem
  • Nunca mergulhar de cabeça sem saber qual a profundidade da água ou se existem rochas ou desníveis no fundo
  • Não mergulhar em pontões
  • Nunca atrapalhar outras crianças com brincadeiras perigosas (empurrões, por exemplo)
  • Sensibilizar as crianças para o perigo da água, desde pequenas, para que elas se tornem progressivamente conscientes do perigo

 

3. Uso de braçadeiras e coletes salva-vidas

Não substituem de todo a vigilância, mas a sua utilização pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Devem ser adequados ao peso da criança e estar de acordo com as normas de segurança. Existem muitos produtos no mercado (como boias e colchões insufláveis) que se confundem facilmente com auxiliares de flutuação e que são muito perigosos: viram-se facilmente e podem ser arrastados com o vento ou a ondulação.

 

As braçadeiras devem ter...

  • Pipos com saída de ar controlada
  • Duas câmaras de ar independentes em forma de anel à volta do braço
  • Cores garridas

As braçadeiras devem ser utilizadas quando a criança está em águas translúcidas, calmas e pouco profundas e colocadas mesmo quando a criança está a brincar perto da piscina. Os pais devem acabar de encher as braçadeiras já com elas colocadas no braço da criança para que fiquem bem ajustadas e ela não as consiga retirar facilmente.

 

Os coletes salva-vidas...

  • Não podem ser insufláveis
  • Devem ser usados por todas as crianças e adolescentes, independentemente da sua idade, na prática de desportos aquáticos ou passeios de barco
  • Devem ser usados em águas agitadas, turvas ou profundas

 

4. Prevenção do afogamento em piscinas privadas

  • Prepare uma boia ou cabo extensível perto da piscina
  • Depois da criança tomar banho na piscina, remova todos os brinquedos e objetos que ela possa querer ir apanhar. Volte a colocar o material de proteção
  • Coloque uma vedação eficaz: quatro paredes sólidas e estáveis (com um mínimo 110 cm de altura, máximo oito cm entre pavimento e parte inferior da vedação, máximo 10cm entre elementos verticais)
  • Se optar por uma vedação em rede, as aberturas devem ser menores que 3x3cm. Deve ter um portão ou cancela que se feche automaticamente, com o puxador colocado na parte de dentro do portão, 10 cm abaixo do topo da vedação, ou um mecanismo de fecho mais complexo
  • A vedação não pode ser escalável e deve ter alguma transparência, de forma que o recinto da piscina seja visível do exterior
  • Certifique-se de que os mecanismos de aspiração da água estão devidamente protegidos por grelhas que evitam a aspiração de partes do corpo
  • Existem outras barreiras físicas, tais como o abrigo e a cobertura rígida, eletrónica ou manual mas, para que sejam eficazes, deverá confirmar que estão sempre fechados quando não está nenhum adulto a utilizar a piscina. As coberturas maleáveis não são indicadas, uma vez que facilmente acumulam água e permitem que uma criança escorregue por baixo delas
  • A colocação de um alarme pode ser um bom auxiliar de vigilância, mas não substitui a vedação

 

5. Prevenção do afogamento na praia e piscinas públicas

  • Escolha uma zona de praia ou piscina vigiadas
  • Consulte diariamente a meteorologia local
  • Verifique as marcas de profundidade

 

Gestos que salvam: aprenda-os!

Se ocorrer um acidente por submersão e a criança parar de respirar, saiba como agir: 

  1. Tenha um telemóvel à mão ou localize previamente o telefone mais próximo.
  2. Se possível, alerte o nadador-salvador.
  3. Chame o 112 e dê indicações precisas sobre o local onde se encontra.
  4. Se souber como deve proceder, inicie a reanimação cardiorrespiratória e mantenha-a até à chegada da ambulância. Este gesto pode salvar uma vida.

 

Atenção!

Lembre-se que uma criança pode afogar-se silenciosamente em menos de três minutos, em menos de um palmo de água. A forma mais eficaz de prevenção é o controlo do acesso à água!

Publicado a 20/06/2014