Tipos de sapatos: pés confortáveis e saudáveis

Prevenção e bem-estar
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Saltos muito altos e finos, cunhas, sabrinas… Há sapatos que, por muito que estejam na moda, deve apenas usar em ocasiões especiais. Ou não usar de todo!

Os pés são o nosso principal meio de transporte e, por isso, cuidar deles deve ser uma prioridade. Para tal há que fazer escolhas e o que está de acordo com as tendências da moda nem sempre é a opção mais cómoda e adequada às características anatómicas dos seus pés.

Para que não tenha de abdicar completamente dos sapatos de que mais gosta mas para que em simultâneo consiga ter os pés confortáveis e saudáveis, saiba quais são os piores tipos de sapatos e o que pode calçar em alternativa.

 

Saltos (muito) altos

Dos médios aos muito altos (com mais de cinco centímetros), os sapatos de salto alto obrigam o pé a estar numa posição pouco natural, com a parte da frente e dedos a suportar todo o peso do corpo. Esta pressão pode resultar na inflamação dos ossos e nervos e, a longo prazo, a pequenas fraturas. Aumenta também o risco de entorse do tornozelo e da formação de um nó doloroso e permanente na parte de trás do calcanhar. Se o material do sapato for muito rijo, pode provocar bolhas, inchaço e dor no tendão de Aquiles.

A melhor solução: Prefira sapatos mais baixos que podem evitar problemas nos ossos do metatarso (os que se situam na parte da frente do pé), pois permitem a posição natural do pé.

 

Saltos ultra finos

Quando o salto é muito fino, a área de apoio do pé acaba por ser insuficiente e a probabilidade de tropeçar ou se desequilibrar e fazer uma entorse no tornozelo é muito maior.

A melhor solução: Dê preferência a saltos mais grossos e robustos. Assim, a área de apoio é maior e permite uma melhor distribuição do peso. Contudo, não deixam de ser saltos altos, exercendo muita pressão na parte da frente do pé. Deixe-os para ocasiões especiais.

 

Sabrinas

Uma vez que não têm suporte para o arco do pé, prejudicam o seu bom funcionamento, podendo, consequentemente, surgir problemas nos joelhos, ancas e costas. O seu uso pode ainda estar associado ao desenvolvimento de fasceíte plantar, uma condição clínica dolorosa, que consiste na inflamação da fáscia plantar (situada na planta do pé, ligando o calcanhar aos dedos) e que é a causa mais comum de dor no calcanhar.

A melhor solução: Coloque palmilhas ortopédicas quando utilizar sabrinas, pois estas contribuem para prevenir a dor e outros problemas nos pés, dando mais suporte ao arco do pé, e reduzindo a pressão nas zonas mais sensíveis.

 

Chinelos “de enfiar o dedo”

Oferecem muito pouca proteção ao pé e deixam-no exposto, aumentando o risco de lesões. Quem tem diabetes não deve usar chinelos “de enfiar o dedo”, porque até os mais pequenos cortes podem resultar em problemas de saúde mais sérios. Este tipo de calçado não costuma ter apoio para o arco do pé e pode agravar a fasceíte plantar, além de poder causar problemas nos joelhos, ancas ou costas.

A melhor solução: Em alternativa, escolha sandálias com a sola mais grossa (que mantém o pé mais afastado do chão e de possíveis ameaças) e adaptadas à anatomia do pé (com um bom suporte para o arco do pé).

 

Sapatos de cunha

Tendem a ser muito rijos, prejudicando a biomecânica do pé enquanto caminhamos. Isto é, o nosso pé tenta dobrar-se e adaptar-se à passada, mas o sapato não deixa, mantendo-o estático. A somar a isto, se o salto for consideravelmente mais alto na zona do calcanhar em comparação à do antepé, é exercida muita pressão no metatarso.

A melhor solução: Escolha plataformas mais rasas: embora continuem a não ser a opção mais recomendada - a sola continua a ser rija e a impedir a movimentação natural do pé -, colocam menos pressão no pé do que as versões mais altas no calcanhar. Opte por uns sapatos de cunha ou plataforma quase paralela ao chão, diminuindo a pressão exercida na parte da frente do pé.

 

Sapatos bicudos

Apertam muito a zona da frente do pé e, após alguns anos de uso, podem levar ao desenvolvimento de dores nos nervos, bolhas, joanetes e deformações nos dedos. Pela pressão que é constantemente exercida nos dedos, podem dar origem a nódoas negras por baixo das unhas.

A melhor solução: Opte por sapatos mais largos e com mais espaço na zona da biqueira. Se não gosta e estes não se encaixam no seu estilo, escolha uns sapatos que só começam a estreitar depois da ponta dos dedos dos pés. É também importante que o material seja maleável - não calce os que são muito rijos.

 

Quando for comprar o próximo par de sapatos, prefira os que:

  1. São maleáveis na parte da frente, na biqueira, mas não em excesso.
  2. São espaçosos o suficiente. Quando caminhamos, o pé avança para a frente. Ponha-se de pé e faça uma ligeira pressão na parte da frente do sapato para se certificar de que sobra cerca de 1 a 1,5 centímetros entre o seu dedo grande e a ponta do sapato.
  3. Oferecem apoio na zona do arco do pé e conforto imediato. Não compre sapatos a pensar que vão alargar.
  4. Têm um salto robusto e até cinco centímetros de altura.

 

Dica extra:

Compre sapatos durante a tarde. Durante o dia, os nossos pés incham naturalmente. Assim, evita comprar um par muito apertado.

Publicado a 24/05/2019