Sarampo: a importância da vacinação

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Sintomas, formas de transmissão, complicações. Saiba tudo sobre o sarampo - doença viral e muito contagiosa - e perceba qual a importância da vacinação.

O sarampo faz parte das chamadas doenças exantemáticas. São doenças agudas infecciosas cujas manifestações cutâneas são essenciais para o diagnóstico - isto é, só a expressão cutânea das doenças possibilita a identificação da doença.

Durante muitos anos o sarampo foi considerado a doença exantemática mais emblemática que deu origem ao ditado "sarampo sarampelo, sete vezes vem ao pelo".

Efetivamente, as crianças só tinham sarampo uma vez, mas podiam (e podem) ter outras doenças exantemáticas, mais suaves, que o povo denominava de sarampelo.

Todas estas doenças têm um período prodrómico, ou seja, as crianças adoecem e transmitem a doença antes de surgirem as características típicas do exantema, as quais permitem o diagnóstico clínico.

 

Modos de transmissão do sarampo

Trata-se de uma doença muito contagiosa de origem viral. Tem um período de incubação de cerca de 14 dias após exposição ao vírus. Transmite-se, via aérea, por contacto direto com gotículas respiratórias de um indivíduo infetado. O doente é contagioso até cerca de quatro dias após o início do exantema.

Nos países de clima temperado, é mais frequente nos meses de inverno e primavera. É mais frequente nas cidades, em zonas de maior densidade populacional, e atinge sobretudo crianças.

 

Quais os sintomas do sarampo?

O Sarampo caracteriza-se por:

  • febre alta, com cerca de 5-6 dias de evolução
  • coriza: obstrução nasal com rinorreia
  • tosse
  • olho vermelho
  • exantema - que surge pelo 4º a 5º dia de doença. É maculopapular, começa na face, junto à raiz do cabelo, generalizando-se a todo o corpo e atingindo a palma das mãos e planta dos pés. Habitualmente é observável durante três a quatro dias.
  • manchas de Koplick - típicas da doença, surgem na mucosa da boca, mas duram apenas 48 horas, pelo que podem não ser detetáveis aquando do diagnóstico.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de sarampo é clínico, ou seja, são as características da febre, do exantema e dos outros sinais que permitem o diagnóstico. Todavia, o vírus pode ser isolado nas secreções da nasofaringe, conjuntiva e/ou urina. Testes realizados no sangue também fazem o diagnóstico.

 

Complicações mais frequentes

Otite, laringite e pneumonia - são estas algumas das complicações mais frequentes. Em 1/1000 casos também pode ocorrer encefalite, que deixa sequelas definitivas.

O sarampo pode ser mortal em uma a duas por cada 1.000 casos.

Uma outra consequência grave do sarampo é a Panencefalite Escleorosante Subaguda. Trata-se de uma doença degenerativa mortal, que resulta da persistência do vírus do sarampo no sistema nervoso central e que surge anos após a manifestação inicial da doença.

 

Qual o tratamento do sarampo?

O sarampo não tem tratamento específico, apenas as complicações, nomeadamente as sobreinfeções bacterianas, são possíveis tratar.

 

A importância da vacinação

Esta doença, aparentemente benigna, foi no passado responsável por uma mortalidade infantil considerável e deixou sequelas neurológicas em algumas crianças.

A vacinação para o sarampo é um excelente exemplo dos benefícios que a vacinação universal pode trazer para a saúde infantil. A sua incidência diminuiu drasticamente, tendo-se chegado a admitir a sua erradicação nalguns países com elevada cobertura vacinal.

As verdadeiras contraindicações para a vacina são muito raras. As causas alérgicas são empoladas, pois a vacina atual é fabricada de forma muito purificada. Os efeitos adversos também são desprezíveis: autismo e outros exemplos são fabricações sem qualquer rigor científico.

É importante recordar que os antibióticos e as vacinas são das maiores conquistas da medicina moderna: os antibióticos porque curam doenças; as vacinas porque permitem erradicar doenças. Foi o caso da varíola, que foi dada como extinta. E tanto a poliomielite como o sarampo, estiveram perto.

Publicado a 14/03/2018