O que é?

Corresponde a uma irritação e inchaço (inflamação) do cérebro, quase sempre causada por uma infeção.

Trata-se de uma condição rara, mais comum no primeiro ano de vida, e cuja incidência diminui com a idade. No entanto, as formas mais graves ocorrem nos jovens e nos idosos.

Sintomas

Por vezes, os sintomas são precedidos por queixas de uma constipação ou gastroenterite. Quando a encefalite não é muito grave, os indícios são semelhantes aos de outras doenças: febre não muito elevada, cefaleias moderadas, fadiga e perda de apetite. Pode ainda ocorrer confusão, desequilíbrio, desorientação, irritabilidade, sensibilidade à luz, rigidez da nuca e do pescoço, e vómitos.

No recém-nascido e nas crianças pode ser mais difícil reconhecer o quadro clínico, que tende a se caracterizar por rigidez do corpo, irritabilidade, choro frequente (que aumenta quando se pega no bebé ao colo), má alimentação, fontanelas mais salientes, e vómitos.

Deve-se encarar a encefalite como uma emergência quando ocorre perda de consciência, ausência de resposta a estímulos ou coma, fraqueza muscular ou paralisia, convulsões, cefaleias fortes e alteração súbita no estado mental (indiferença, perda de memória, perda de capacidade de julgamento).

O prognóstico é variável. Alguns casos resolvem-se rapidamente e sem sequelas. Contudo, a encefalite pode ser grave, causando problemas permanentes ou mesmo morte.

A fase aguda normalmente dura uma a duas semanas, desaparecendo depois a febre e os restantes sintomas de um modo gradual. Algumas pessoas podem demorar meses a recuperar por completo.

Quando ocorre lesão cerebral, pode afetar a audição, a memória, o controlo muscular, a sensibilidade, a fala ou a visão.

Causas

As causas mais comuns da encefalite são as infeções virais. A exposição ao vírus pode ocorrer através da respiração (partículas emitidas por uma pessoa infetada), água ou alimentos contaminados, picadas de mosquitos (ou outros insetos) e pelo contacto direto da pele. A encefalite pode ainda ser causada por uma reação alérgica a uma vacinação, doenças autoimunes, infeções por bactérias, fungos ou parasitas, ou ser uma consequência de um cancro. Provoca inchaço dos tecidos, com destruição de células nervosas, hemorragia e, por vezes, lesões cerebrais.

Os vírus responsáveis variam conforme a localização geográfica e a estação do ano. A encefalite originada pelo vírus herpes simplex é a mais comum para todas as idades, incluindo os recém-nascidos. A vacinação de rotina reduziu de modo significativo esta doença provocada por outros vírus, como os associados à raiva, poliomielite, papeira, sarampo ou varicela

Diagnóstico

O exame médico é essencial, revelando muitos dos sinais referidos. É importante a realização de estudos por imagem (ressonância, tomografia), colheita de líquido cefalorraquidiano por punção lombar, análises ao sangue e urina, eletroencefalograma e testes laboratoriais para pesquisa de agentes virais.

Tratamento

O tratamento deve fornecer suporte médico (repouso, nutrição e fluidos) de modo a ajudar o organismo a combater a infeção e a aliviar os sintomas. Os medicamentos podem incluir antivirais, antibióticos, anticonvulsivantes, corticoides (para reduzir o inchaço cerebral), sedativos, analgésicos e antipiréticos. Em caso de lesão cerebral, é necessária fisioterapia e/ou terapia da fala para melhorar as funções perdidas e aumentar a qualidade de vida.

Prevenção

Crianças e adultos devem evitar o contacto com doentes com encefalite. Em áreas onde a infeção seja transmitida por mosquitos, estes devem ser devidamente controlados (uso de repelentes e de redes, remoção de fontes de água estagnada, vestuário que cubra adequadamente o corpo). O cumprimento do calendário de vacinação é importante e, em caso de viagem para zonas potencialmente perigosas, devem ser administradas as vacinas recomendadas na consulta do viajante.

Fontes

Medline Plus, U.S. National Library of Medicine, Agosto 2014

Mayo Foundation for Medical Education and Research, Maio de 2014

The Encephalitis Society, 2015

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