O que é?

O melanoma é um tipo de cancro de pele que tem origem nas células da pele produtoras de pigmento chamadas melanócitos. Estas células transformam-se e passam a crescer descontroladamente e a invadir os tecidos circundantes. Embora o melanoma seja menos frequente do que os outros tipos de cancro da pele, é indiscutivelmente um dos mais graves. 

Felizmente, o melanoma pode ser curado se for diagnosticado e tratado nos seus estadios iniciais, ou seja, quando se localiza apenas na camada mais superficial da pele. Nos estadios mais avançados, o melanoma pode espalhar-se à distância, processo denominado de metastização, através do sangue ou do sistema linfático para outros órgãos e ossos, diminuindo a probabilidade de cura.

 

O melanoma cresce nos tecidos de duas formas:

- crescimento radial (menos invasivo e mais precoce)

- crescimento vertical, ou seja, em profundidade na derme e em proximidade vasos, com capacidade de originar metástases.

 

As pessoas de pele morena têm o mesmo número de melanocitos que as pessoas de pele mais pálida.

A diferença reside na quantidade de melanina que essas mesmas células produzem. Assim, quanto maior for a produção de melanina, mais escura será a pele e vice-versa.

Prevenção

O número de pessoas com melanoma tem aumentado ano após ano, mas há formas de reduzir o risco de desenvolver a doença.

Verifique os seus sinais com periodicidade e avise o seu médico de qualquer alteração nos mesmos ou na sua pele. Se tiver muitos sinais, deverá consultar um dermatologista regularmente.

 

Provavelmente já ouviu dizer que o método mais eficaz de prevenir o melanoma é evitar o sol. Com efeito, a exposição excessiva ao sol não só provoca o envelhecimento da pele, como pode contribuir para o desenvolvimento cancros da pele, nomeadamente do melanoma. 

 

A reforçar esta associação temos o aumento da incidência de melanoma maligno em pessoas com antecedentes de queimaduras solares na infância.

 

No entanto, a exposição à luz solar com moderação é benéfica. Além do efeito psicológico, a exposição solar é essencial para a sintetiza a vitamina D na pele. A vitamina D promove a saúde das articulações e ossos, mas também tem sido associada com a prevenção de certos tipos de cancro e doenças auto-imunes.

Uma pessoa saudável necessita de 5 a 15 minutos de exposição solar na maioria dos dias, nas mãos, braços e rosto, para produzir uma quantidade suficiente de vitamina D. Durante o Inverno, necessita de 2 a 3 horas semanais.

 

Nunca deve efetuar solário com o objectivo de sintetizar vitamina D. Os solários são fontes artificiais de radiação ultravioleta. A sua utilização está associado ao aumento de risco de melanoma, em particular em pessoas que iniciaram essa prática com idade inferior a 35 anos.

O diagnóstico precoce leva, na maioria dos casos à cura do tumor, mas o diagnóstico em fases tardias acarreta elevada mortalidade e morbilidade, pelo que é importante aumentar a fiabilidade diagnóstica do melanoma

Esta é a principal razão porque é tão importante detetar o melanoma antes de o mesmo afetar a derme. A maioria das pessoas poderá curar-se se o melanoma estiver circunscrito à epiderme.

 

 

Fatores de Risco

As causas exatas do melanoma são desconhecidas. Qualquer pessoa está em risco, maior ou menor, de vir a ter um melanoma. Por este motivo recomenda-se um auto-exame mensal com auxilio dos familiares. 

 

Um fator de risco é qualquer elemento que aumenta a probabilidade de vir a ter uma doença. Alguns fatores de risco passam de pais para os filhos através dos genes. Outros resultam de comportamentos e atividades das pessoas. Vários fatores podem aumentar o risco de melanoma. Ter um ou mais fatores de risco não significa que se venha a ter melanoma. Por outro lado, os melanomas também podem surgir em pessoas sem quaisquer fatores de risco conhecidos.

 

Os principais factores de risco são:

História familiar de Melanoma

Cerca de 10% dos doentes com melanoma têm história familiar deste mesmo tumor.


 

Radiação ultravioleta

O excesso de exposição à radiação UV depende da intensidade da radiação, duração da exposição e da forma como a pele foi protegida. Queimaduras solares com bolhas, em especial durante a infância, aumentam o risco de melanoma.

 

Muitos sinais ou sinais atípicos

Os sinais são áreas da pele com muita melanina. 

A existência de um elevado número de sinais (>50) ou com caraterísticas atípicas, constitui um fator de um risco para melanoma

Embora as pessoas de pele mais claras tenham um risco muito maior, é um mito que as pessoas com pele mais escura sejam imunes ao melanoma. Indivíduos de raça negra, por exemplo, tendem a desenvolver melanomas  nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, locais que não são tão facilmente vigiados. 

 

Estados de imunosupressão, síndromas genéticas, portadores de mutações genéticas específicas (CDKN2A, CDK4, MITF)

São grupos menos frequentes da população mas com risco acrescido de melanoma


 

É importante que reconheça os seus factores de risco.  Este cuidado pode ajudá-lo a tomar decisões informadas sobre a prevenção e opções de triagem.

 

Sintomas

Os sintomas de melanoma não são exclusivos, podem aparecer noutras doenças. O facto de ter um ou mais dos sintomas aqui descritos não significa que tem melanoma.

 

A regra ABCDE é uma forma fácil de se recordar de como distinguir sinais saudáveis de Melanoma:

 

A – Assimetria – metade do sinal não coincide com a outra metade

B – Bordo irregular – as extremidades do sinal são irregulares, sem padrão, abuptos ou mal definidos

C – Cor – a cor do sinal não é uniforme. Pode haver diferentes tonalidades de castanho ou preto, e por vezes avermelhados, azulados ou brancos.

D – Diâmetro – o sinal é maior do que 6 milímetros – o equivalente à ponta de borracha de um lápis. Contudo, existem melanomas inferiores a 6mm.

E – Evolução

 

Mas, independentemente das características dos seus sinais, sempre que efetuar o seu auto-exame ou quando observar os sinais de alguém da família ou próximo, recorde-se das seguintes afirmações:

  • Não tenho mais nenhum sinal igual a este
  • Este sinal é diferente de todos os outros sinais que tenho
  • Nunca vi um sinal igual a este
  • Não conheço ninguém com um sinal igual a este
  • Este sinal mudou nos últimos anos ou meses
  • Não me lembro de ter este sinal aqui
  • Este sinal não existia e está a crescer
  • Este sinal era mais pequeno que os outros e agora está maior e tem uma cor diferente

A quem me devo dirigir?

Se detetar algum dos sinais ou sintomas descritos, deve consultar um Dermatologista.

A CUF  Oncologia tem à sua disposição equipas especializadas em dermatologia oncológica, com uma vasta experiência nas diferentes abordagens aos Cancros de Pele, nomeadamente no Melanoma.

Melanoma
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Subtipos

Os subtipos clínicos de melanoma são o melanoma de extensão superficialnodularacral lentiginosolentigo maligno, entre outros.

O tipo de melanoma mais frequente na raça branca é o de extensão superficial, responsável por 70% dos casos. Surge habitualmente entre 30-50 anos, sendo os locais mais frequentes a perna na mulher e o dorso no homem

O 2º tipo mais frequente na raça branca é o melanoma nodular, responsável por 15% dos casos. Surge habitualmente por volta dos 50 anos, em ambos os sexos.

melanoma acral lentiginoso é o tipo mais comum de melanoma em populações asiáticas/negras, surgindo por volta dos 60-70 anos, nas palmas das mãos, plantas dos pés, mucosas ou subungueal.

Diagnóstico

O primeiro passo no diagnóstico do melanoma maligno é a observação completa da sua pele pelo seu dermatologista. Além do exame da sua pele, será questionado sobre a sua exposição ao sol passada e presente, história de excisão de sinais e de tumores de pele, e qualquer história familiar de melanoma ou outro cancro (ou outros fatores de risco).

 

Uma ferramenta que o seu dermatologista pode usar é a dermatoscopia.

Este procedimento não-invasivo envolve a utilização de um dermatoscópio, aparelho com lente de aumento e  fonte de luz especial, que serve para examinar lesões suspeitas da pele. Imagens digitais da dermatoscopia poderão ser gravadas e usadas como comparação em consultas posteriores. A dermatoscopia permite a detecção de modificações muito ligeiras nos sinais já existentes e a mais fácil detecção de sinais novos de risco. Por este motivo, a dermatoscopia aumenta de forma significativa a sensibilidade de diagnóstico de melanoma.

Embora muitos melanoma possam ser reconhecidos apenas pela sua aparência à observação a olho nu e por dermatoscopia, o seu diagnostico definitivo é efectuado com uma biopsia. Para realizar a biopsia, o dermatologista irá remover a totalidade da lesão suspeita. Esta amostra será avaliada por um anatomopatologista que identificará as células cancerosas.

Se a amostra revelar a presença de melanoma, o dermatologista irá determinar o procedimento complementar diagnóstico a seguir e o tratamento adequado, de acordo com vários fatores como a profundidade de penetração do melanoma.

 

Pesquisa do gânglio sentinela

Um dos fatores que determina a gravidade do melanoma é se as células cancerosas se espalharam na circulação. Essas células podem ficar alojadas nos gânglios linfáticos, que filtram a linfa. A analise dos gânglios linfáticos permite ajudar a responder a esta questão.

Na pesquisa do gânglio sentinela é injetado um corante no local da lesão que depois percorre o trajeto linfático até ao gânglio que recebe a linfa do local da lesão, o gânglio "sentinela". O gânglio “sentinela” é então removido e analisado. Se existirem células malignas no gânglio sentinela procede-se à remoção dos restantes gânglios dessa  região.

A pesquisa do gânglio sentinela é um exame cujo resultado dá uma noção do prognóstico clínico do doente. O seu resultado, incluindo o eventual esvaziamento ganglionar, não influencia a esperança de vida do doente.

 

Testes genéticos

O teste genético poderá fornecer informações sobre o risco de melanoma, procurando por mutações genéticas específicas. Se forem detetadas mutações que aumentem o risco de melanoma, esse risco poderá ser reduzido através da adoção de práticas de prevenção e detecção precoce.

 

Os testes genéticos têm indicação nas seguintes situações:

  • História pessoal de melanoma e pelo menos um familiar próximo com melanoma
  • Dois ou mais familiares próximos com melanoma
  • História pessoal de inclui três ou mais melanomas, mesmo que não tenha história familiar da doença

 

Tomografia axial computadorizada

A tomografia computadorizada (TAC) utiliza raios-x para obter imagens detalhadas de estruturas dentro do corpo. Ao contrário de um raio-x convencional, a TAC mostra detalhes nos tecidos moles e órgãos internos. Este teste de diagnóstico pode contribuir para mostrar se os gânglios linfáticos ou órgãos são ampliadas, o que pode ser atribuído à proliferação do melanoma.

Estadiamento

O estadiamento é o processo pelo qual nos certificamos se as células do cancro disseminaram da pele a outras estruturas próximas ou mais distantes. A informação obtida pelo processo de estadiamento determina o estadio da doença, fundamental para o planeamento do tratamento.

Para além da informação obtida pela biópsia de diagnóstico, são utilizados os seguintes exames para obter o estadiamento do melanoma:

  • análises ao sangue;
  • exames de imagem como a radiografia, TAC, ressonância magnética ou PET.

 

O seu médico verificará ainda os gânglios linfáticos próximos do melanoma para avaliar se aumentaram de volume e poderá recolher uma amostra de células dos mesmos através de um procedimento denominado biópsia aspirativa. A amostra será avaliada ao microscópio posteriormente pela Anatomia Patológica.

 

Com base nos exames de diagnóstico efetuados, o estadiamento do melanoma pode ser classificado da seguinte forma:

Estadio 0 – melanoma in situ – significa que as células estão confinadas à epiderme e tem uma espessura muito fina;

Estadio I – no estadio IA, o tumor tem menos de 1mm. O melanoma no estadio IB, poderá ter a mesma espessura mas ulcera, ou com espessura de 2mm mas sem sinal de ulcera. Em ambos os casos, não existe cancro nos tecidos linfáticos ou órgãos distantes;

Estadio II – esta fase divide-se em 3 grupos- A, B e C – consoante a espessura do tumor e/ou o grau de ulceração. Nesta fase não existe cancro nos tecidos linfáticos ou órgãos distantes;

Estadio III – Nesta fase o melanoma atingiu tecidos linfáticos adjacentes. O estadiamento clínico inclui tumores de qualquer tamanho com metástases linfáticas;

Estadio IV – O melanoma nesta fase disseminou a um ou mais órgãos no organismo.

Melanoma em estadios iniciais

Cirurgia

O tratamento de primeira linha para o melanoma primário é a remoção cirúrgica do tumor.

A quantidade de tecido adjacente ao tumor a remover depende da espessura do melanoma primário. Habitualmente, o alargamento das margens cirúrgicas, por remoção do tecido adjacente normal, é efetuado num segundo tempo cirúrgico. Tem como objetivo diminuir significativamente a probabilidade de reaparecimento local do tumor.

A cirurgia é mais eficaz se a lesão for fina - menos de 1 mm de espessura - e se não se espalhou para os gânglios linfáticos.

Em alguns casos de melanoma num estadio muito inicial, é possível remover a lesão com anestesia local, numa consulta de dermatologia. Em todo o caso este procedimento deve ser executado por especialistas em dermatologia oncológica.

Os nossos cirurgiões de dermatologia são apoiados sempre que necessário, pela equipa multidisciplinar, composta por especialistas em Imagiologia, Anatomia Patológica, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia,  Oncologia e enfermagem. 

Melanoma em estadio avançado ou metastizado

Se o melanoma é profundo (mais de 4 mm de espessura) ou se se espalhou para os gânglios linfáticos, a probabilidade de recidiva ou metastização da doença é superior. Neste caso, o tratamento adjuvante - qualquer terapêutica administrada em adição ao tratamento principal - pode ser usado após a cirurgia, para aumentar a possibilidade de cura.

 

Biopsia do Gânglio Sentinela

É um procedimento geralmente recomendado nos casos em que é há grande probabilidade de mestastização do melanoma para os gânglios linfáticos. O anatomopatologista analisa o gânglio linfático retirado para determinar se tem células cancerígenas. Este conhecimento adicional ajuda a equipa clínica a decidir os próximos passos, nomeadamente a necessidade de realizar mais tratamentos.

O comportamento do melanoma nos estadios mais avançados é extremamente agressivo, podendo originar precocemente metástases à distância, quer por via linfática, quer hematogénea.

 

Imunoterapia e Terapias Alvo

Recentemente surgiram novos fármacos no tratamento do melanoma metastizado que são a imunoterapian e as terapias alvo. Estas terapêuticas podem controlar a doença mais eficazmente que a quimioterapia clássica.

  • Imunoterapia

A imunoterapia tem-se verificado muito eficaz no tratamento do melanoma avançado, embora nem todas as pessoas com melanoma tenham a mesma resposta ao tratamento.

Existem várias formas de imunoterapia, a mais comum designa-se por Inibidores de Check Point. Estes inibidores libertam as células imunes (Células-T) que procuram e destroem as células tumorais.

  • Terapias Alvo

One approach to melanoma treatment involves the use of drugs (also called therapies) that can target and disable the cells with these mutations. This, in turn, can cause tumors to shrink or grow less rapidly.

Researchers have identified several major genetic mutations associated with melanoma. BRAF mutations are the most common mutation found in tumor cells. 

Follow-up

Os doentes que tiveram melanoma devem ser seguidos periodicamente pelo oncologista ou dermatologista em consulta.

Podem ser solicitados exames ao sangue bem como exames de imagem ao fígado, ossos e cérebro. 

Melanoma em números
1000
casos/ano em Portugal
95% de cura
em estadios iniciais
Só 20-30%
em sinais já existentes
CUF Oncologia