O que é?

O cancro da próstata é atualmente um dos principais cancros enfrentados pela população masculina, sendo o de maior incidência e o segundo em mortalidade. À medida que a esperança média de vida aumenta, observa-se um aumento da incidência e da mortalidade do cancro da próstata

Quando as células da próstata sofrem alterações no seu genoma (ADN), que não morrem quando envelhecem ou se danificam e produzem novas células que não são necessárias de forma descontrolada, tornam-se células de cancro.

 

Prevenção

O rastreio da população em massa é definido como a análise sistemática dos homens assintomáticos (em risco) e geralmente é iniciado pelas autoridades de saúde. Em contraste, a deteção precoce ou rastreio oportuno consiste num processo que começa por iniciativa própria de um homem que vai ser avaliado pelo médico. O objetivo primário com o rastreio é: redução da mortalidade devido ao cancro da próstata com a manutenção de qualidade de vida.  

A mortalidade por cancro da próstata varia amplamente de país para país no mundo industrializado. No entanto, a mortalidade devido ao cancro da próstata, tem diminuindo na maioria dos países ocidentais.

Fatores de Risco

Estudos epidemiológicos têm mostrado uma forte evidência para uma predisposição genética no cancro da próstata, com base em dois dos fatores mais importantes, fundo étnico e história familiar. Estudos genéticos identificaram 100 loci suscetíveis comuns que contribuem para o risco de cancro da próstata.

Uma pequena subpopulação de homens com cancro da próstata (cerca de 9%) tem cancro da próstata hereditário verdadeiro. Este é definido como a existência de três ou mais parentes afetados, ou pelo menos dois parentes que desenvolveram doença de início precoce, ou seja, antes dos 55 anos de idade. Doentes com cancro da próstata hereditário geralmente têm um início de doença seis a sete anos mais cedo do que nos casos esporádicos.

Fatores como dieta, consumo de álcool, comportamento sexual, exposição a radiação ultravioleta, inflamação crónica e exposição ocupacional têm sido discutidos como sendo importantes na causa do cancro da próstata não hereditário. No entanto não há, ainda, evidências suficientes para recomendar alterações de estilo de vida (como uma reduzida ingestão de gordura animal e um aumento da ingestão de frutas, cereais e legumes) para diminuir o risco. Mas, tais modificações de estilo de vida podem ser associadas a outros benefícios e, portanto, devem ser incentivados.

Sintomas

Os sintomas de cancro da próstata não são exclusivos, podem aparecer noutras doenças como é por exemplo o caso da hipertrofia benigna da próstata. O facto de experienciar um ou mais dos sintomas aqui descritos não significa que tem cancro da próstata.

Deverá estar atento e consultar o seu médico se tiver os seguintes sintomas:

- Presença de sangue na urina ou no sémen;

- Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite;

- Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar ou parar o fluxo de urina;

- Fluxo de urina fraco ou intermitente;

- Dor ou ardor durante a micção;

- Dificuldade em ter uma erecção;

- Dor persistente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas.

A quem me devo dirigir?

Em caso de suspeita de cancro, devido a sintomas ou a um exame complementar de diagnóstico que apresente uma alteração, deve dirigir-se a um Urologista, ou em alternativa, menos habitual, a um Oncologista.

Tumores Urológicos
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O orgão

A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino que produz parte do fluido seminal. Durante a ejaculação, o fluido seminal ajuda a transportar os espermatozóides (parte do sémen ou esperma), até à sua libertação no exterior.

A próstata localiza-se abaixo da bexiga, perto da base do pénis. A uretra liga a bexiga e atravessa a próstata até ao pénis. Acima da próstata e atrás da bexiga encontram-se as vesículas seminais.

A testosterona produzida pelos testículos provoca o crescimento da próstata. No final da puberdade, a próstata tem o tamanho de uma noz. Depois dos 40 anos, a próstata ainda pode crescer um pouco, embora alguns homens possam ter um elevado crescimento desta glândula.

Uma próstata aumentada pode significar a presença de uma hipertrofia benigna da próstata - crescimento anormal de células prostáticas benignas - um problema muito comum no homem, ou outro tipo de problemas clínicos. Se a próstata crescer em demasia, pode diminuir ou parar o fluxo de urina pela pressão na uretra.

Subtipos de cancro da próstata

A maioria dos cancros da próstata ocorrem nas células epiteliais do seu tecido glandular. Este tipo de cancro chama-se adenocarcinoma. Habitualmente aparece numa primeira fase na zona periférica da próstata. O segundo local mais frequente é na zona de transição.

Há ainda tumores raros da próstata que ocorrem nas células neuroendocrinas. Um dos tumores da próstata neuroendocrinos é o tumor de pequenas células, e é tratado de forma diferente do adenocarcinoma.

Com o passar do tempo, as células de cancro crescem e dividem-se o suficiente para formar um tumor. Os tumores da próstata podem crescer bastante e afectar toda a próstata. Podem igualmente crescer através da cápsula prostática e invadir os tecidos circundantes. A este crescimento dá-se o nome de extensão extracapsular.

Alguns tumores da próstata podem causar o aparecimento de novos vasos sanguíneos e linfáticos para além dos já existentes, de forma a receber nutrientes para conseguir crescer. Se o tumor da próstata invadir os vasos sanguíneos e linfáticos, pode metastizar, sendo a forma mais frequente é afectar primeiro os ossos e gânglios linfáticos. Embora os tratamentos possam controlar o cancro da próstata depois de metastizar, não se considera curável.

Diagnóstico

O cancro da próstata é usualmente suspeito por um exame da próstata no toque retal e ou um nível alterado do valor do PSA. O exame definitivo depende da verificação histológica através da realização de uma biopsia de próstata ou na verificação acidental de cancro de próstata em tecido de ressecção transuretral ou de adenomectomia de próstata.

 

Toque retal

Normalmente o seu médico irá observá-lo para despistar a presença de sinais da doença. O exame mais comum é chamado de toque retal e serve para avaliar se a sua próstata apresenta o seu tamanho normal, se é mole ou granulosa, ou se o toque provoca dor.

A zona periférica da próstata, onde a maioria dos cancros se iniciam, está de frente para a parede do reto. Se o seu médico sentir que a sua próstata está aumentada, com altos ou dura, indicar-lhe-á a realização de análises que incluirá o PSA e provavelmente referenciá-lo-á para uma biopsia prostática.

 

Análise do PSA (Prostatic Specific Antigen)

O antigénio especifico da próstata (PSA) é uma proteína produzida pelas células onde a maioria dos cancros começam. O PSA é o que transforma novamente em líquido o sémen que coagula depois da ejaculação, e pode ser medido por uma análise ao sangue uma vez que parte dele entra nos vasos sanguíneos da próstata.

 

Biopsia Prostática

A biopsia é o meio de confirmação da existência de cancro da próstata. Esta consiste na remoção de pequenos fragmentos de tecido da próstata, para análise de anatomia patológica. Tipicamente, são recolhidas 12 amostras, de tecido prostático de forma a verificar a presença de cancro e a sua localização na próstata. A biopsia prostática não é um método infalível, e por isso pode haver falsos negativos. Caso não se detete o cancro, o doente pode ter necessidade de ser submetido a uma nova biopsia se mantiver a suspeita de cancro da próstata. Normalmente as biopsias são executadas sem qualquer complicação.

 

Biopsia Prostática de Fusão

A biopsia prostática de fusão vem melhorar a taxa de deteção de cancro da Próstata dos atuais 65% para mais de 85%.

Este método, que utiliza as imagens previamente fornecidas pela Ressonância Magnética 3 Tesla e faz a sua fusão com a imagem fornecida pela ecografia da próstata, torna a biopsia da próstata mais precisa e rigorosa. Não só esta nova técnica veio permitir aumentar a probabilidade de detecção da doença maligna, como vem também minimizar o número de punções necessário em cada procedimento e diminuir a probabilidade de ter de repetir as biopsias. Trata-se de oferecer aos doentes uma alternativa mais eficaz e eficiente, minorando o sofrimento e as potenciais complicações inerentes à realização de múltiplas punções. 

Estadiamento

O estadiamento é o processo pelo qual nos certificamos se as células do cancro se espalharam da próstata para outras estruturas próximas ou mais distantes.

A informação obtida pelo processo de estadiamento determina o estadio da doença, fundamental para o tratamento poder ser planeado.

O estadiamento do cancro da próstata inclui a análise da Anatomia Patológica aos tecidos recolhidos, exames de imagem ou de Medicina Nuclear.

Via Verde Diagnóstico de Cancro da Próstata

A pensar na importância de um diagnóstico rápido e preciso para o início atempado dos tratamentos, a CUF Oncologia organizou uma resposta rápida em caso de forte suspeita de cancro da próstata

Tendo em conta o estadiamento

A extensão do cancro da próstata é avaliada pelo toque retal e o PSA e pode ser complementada com o Cintilograma Ósseo, a Ressonância magnética multiparametrica (mpMRI) e ou a Tomografia Axial Computorizada (TAC).

 

Tratamentos cirúrgicos disponíveis

Os procedimentos cirúrgicos para o tratamento do cancro da próstata podem ser:

  • Prostatectomia radical assistida por robô
  • Prostatectomia radical vídeo-assistida

 

 

A prostatectomia radical assistida por robô (PRAR) é o procedimento assistido por robô mais realizado no mundo. 

A PRAR está indicada em todos aqueles doentes com cancro da próstata comprovado após biopsia e com uma esperança de vida superior a 10 anos. A prostatectomia está indicada nos doentes com cancro da próstata localizado ou localmente avançado.

O objetivo da PRAR é a exérese da próstata de forma a retirar todo o tumor com a preservação da continência urinaria.

Os doentes com cancro da próstata localizado e com a cápsula intacta é possível a preservação da função erétil. A ressonância magnética multiparamétrica pré-operatória é muito importante para verificar a integridade da cápsula prostática e decidir se deve realizar PRAR com preservação dos feixes vasculo-nervosos para assim preservar a função erétil.

 

CUF Technique

Uma abordagem extra-peritoneal, ou seja, antes de começar a cirurgia é criado um espaço abaixo do umbigo, entre a parede abdominal e a bexiga, e é nesse espaço que o cirurgião introduz os instrumentos cirúrgicos, permitindo realizar a cirurgia sem existir contacto com o intestino grosso. Com esta técnica, o pós-operatório é ainda mais curto e com menos dor associada, o que leva a um internamento inferior a 24 horas.

Radioterapia

Esta pode ser uma opção de tratamento se o seu caso não tiver indicação para cirurgia. A Radioterapia pode encolher ou mesmo matar as células tumorais.

  • Radioterapia externa (IMRT)
  • Radiocirurgia robótica - Ciberknife
  • Braquiterapia
Tratamento sistémico
  • Hormonoterapia
  • Quimioterapia
  • Imunoterapia
  • Hormonoterapia
Efeitos Secundários

Possíveis efeitos secundários da Prostatectomia e Radioterapia:

Disfunção eréctil, incontinência urinária, colite

Hoje, a prostatectomia radical robótica reduz claramente a probabilidade de incontinência urinária e permite uma recuperação total da continência após um mês de cirurgia.
 

Possíveis efeitos secundários da Linfadenectomia

Edema linfático, tromboembolismo venoso
 

Possíveis efeitos secundários da Hormoterapia e Quimioterapia

Disfunção eréctil, diminuição da libido, obesidade, afrontamentos, aumento de sensibilidade emocional, crescimento mamário, infecções, vómitos, perda de apetite, fadiga, aftas na boca, perda de cabelo.

Follow-up

 

Seguimento dos doentes após tratamento curativo

Em doentes assintomáticos, a história específica da doença e a determinação sérica de PSA, complementadas pelo toque retal, são as avaliações recomendadas no acompanhamento de rotina. Devem ser efetuadas aos 3, 6 e 12 meses após tratamento, depois de 6 em 6 meses até aos 3 anos, e daí em diante anualmente.

Após a prostatectomia radical, o PSA total deverá ser indetetável (<0,1 ng/ml). Um PSA total > 0.1 ng/mL após prostatectomia radical é sinal de recidiva ou tecido prostático residual. Depois de PSA total indetetável após prostatectomia radical, um PSA total > 0.2 ng/mL, e em subida, está associado com recorrência da doença.

Após radioterapia um aumento do PSA > 2 ng/mL acima do nadir é o sinal mais evidente de recorrência da doença. Nódulos palpáveis e um aumento do PSA sérico são sinais de recorrência local.

casala de meia idade a descansar no sofá
Cancro da próstata em números
6 609
casos/ano em Portugal
11,4%
de todos os cancros
2ª causa
morte/cancro no homem
CUF Oncologia