Caiu após uma emoção forte? Chama-se cataplexia

Prevenção e bem-estar
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Raiva, ansiedade, alegria e gargalhadas: tudo pode funcionar como gatilho para um episódio de cataplexia. Saiba o que fazer para preveni-la.

A cataplexia consiste numa perda breve e repentina do controlo voluntário de músculos do corpo, que ficam fracos ou mesmo paralisados. Em algumas situações, a pessoa afetada pode mesmo cair, como se estivesse a desmaiar, embora se mantenha acordada e consciente. Algumas pessoas podem adormecer, mas apenas depois do episódio.

 

Potenciais sinais e sintomas da cataplexia

Durante um episódio ou ataque de cataplexia, a pessoa afetada pode manifestar vários sinais e sintomas sugestivos, tais como:

  • Pálpebras descaídas
  • Fraqueza súbita nos músculos da face
  • Fraqueza nos joelhos (que se curvam)
  • Dificuldade súbita na fala
  • Problemas de visão (a pessoa vê desfocado ou a dobrar)
  • Queda abrupta

 

O que causa a cataplexia?

Os episódios de cataplexia ocorrem durante a vigília, devido à perda do tónus muscular característico da fase REM do sono. Normalmente, precisamos de passar por fases de sono não REM antes da fase REM, mas devido a um problema na regulação do sono causada por baixos níveis da hormona hipocretina, a pessoa com cataplexia pode passar para uma fase de sono sem sequer adormecer.

Os episódios podem ser desencadeados por emoções fortes como surpresa, raiva, medo, ansiedade ou até mesmo uma gargalhada, por exemplo.

 

Frequência e complicações

A cataplexia traduz-se em episódios habitualmente inferiores a dois minutos, acontecendo sem aviso, de forma imprevista. A sua frequência pode ser variável (poucas vezes por ano ou várias vezes num dia).

Como os episódios de cataplexia ocorrem de repente, as pessoas podem cair e magoar-se, muitas vezes com ferimentos ou traumatismos potencialmente graves. Pode ser especialmente problemático para quem conduz ou manobra máquinas, pondo as suas vidas e a dos outros em risco.

 

Diagnóstico e comorbilidades

O diagnóstico de cataplexia deve ser feito por um médico especialista com base na história clínica, no exame físico e em testes de diagnóstico (caso da polissonografia).

A cataplexia está muitas vezes associada à narcolepsia, um distúrbio do sono. Cerca de 75% das pessoas com narcolepsia sofrem episódios de cataplexia. Muitas vezes, a cataplexia é mesmo o primeiro sintoma da narcolepsia.

 

Como se trata a cataplexia

Quando a cataplexia se repete com alguma frequência, pode ser muito limitadora das atividades de vida, além de perigosa. Algumas pessoas restringem a sua vida para evitarem emoções fortes, como rir. Isso pode implicar deixar de ter uma vida pessoal e social normal.

Nestes casos, o tratamento pode ser necessário. Existem vários fármacos considerados eficazes, como antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptação da serotonina ou estimulantes. O objetivo é controlar os episódios e permitir uma vida com qualidade e em segurança.

 

Como lidar com a cataplexia

Para saber como lidar com a cataplexia:

  • Procure um médico para obter um diagnóstico correto

Há pessoas com cataplexia que pensam erradamente que têm apenas tonturas ou vertigens, o que não lhes permite tomar medidas preventivas ou iniciar um tratamento precoce.

  • Conheça as emoções que podem desencadear um episódio e previna-se

Se estiver perante uma dessas emoções, procure sentar-se numa cadeira ou avise alguém perto de si.

  • Conte o seu problema a familiares e amigos próximos

Isto é importante para que eles possam reconhecer os sintomas sugestivos de um episódio.

  • Deixe que outra pessoa conduza sempre que possível

  • Mude o seu estilo de vida e mantenha uma boa higiene do sono

Publicado a 15/02/2019