Saiba como controlar a epilepsia

Cérebro e saúde mental
Doenças crónicas
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Existem vários tipos de epilepsia, por isso, também o tratamento varia de caso para caso. Descubra o que pode fazer para controlar esta doença.

A epilepsia é uma doença que abrange diversas perturbações neurológicas capazes de causar ataques epiléticos. Estes podem ser mais ou menos frequentes, resultando de alterações na atividade elétrica do cérebro. A causa da epilepsia é muitas vezes desconhecida, ainda que se suspeite que possa advir de traumatismos ou danos cerebrais, incluindo tumores no cérebro e acidentes vasculares cerebrais.

Existem diversos tipos, cada um com sintomas diferentes. Conheça-os a todos e saiba o que pode fazer para controlar este problema.

 

Tipos de epilepsia

Consoante a possível causa e a área do cérebro que afeta, a epilepsia pode dividir-se nos seguintes tipos:

 

  • Epilepsia idiopática generalizada

Neste caso é comum existir um historial de epilepsia na família. O primeiro ataque epilético ocorre normalmente entre os primeiros anos de vida e a adolescência. É geralmente causada por um defeito ou alteração subtil no cérebro que pode estar presente desde o nascimento.

 

  • Epilepsia idiopática parcial

Também ocorre na infância, mas manifesta-se geralmente através de ataques noturnos de intensidade leve (na maioria dos casos, apenas os músculos faciais) e tende a desaparecer com o início da puberdade.

 

  • Epilepsia sintomática generalizada

Deve-se principalmente a danos cerebrais profundos. Pode ser causada por um traumatismo durante o nascimento, outras perturbações neurológicas (como paralisia cerebral) ou ainda infeções cerebrais como meningite ou encefalite.

 

  • Epilepsia sintomática parcial

É o tipo de epilepsia mais comum nos adultos. Tem origem num defeito no cérebro que tanto pode ser congénito como resultado de um acidente vascular cerebral, tumor, trauma ou da presença de um quisto ou infeção.

 

  • Epilepsia fotossensível

É normalmente desencadeada pela exposição a luzes brilhantes ou flashes, como, por exemplo, os presentes em ecrãs de televisão ou de computador.

 

Crises epiléticas

As alterações paroxísticas do comportamento, convulsivas ou não, são o principal sintoma da epilepsia. As crises epiléticas podem ser generalizadas ou localizadas, dependendo da parte do cérebro afetada.

 

  • Crises epiléticas generalizadas

A totalidade do cérebro é afetada, podendo ocorrer perda de consciência e contrações que afetam a totalidade do corpo, espasmos, rotações forçadas da cabeça, ranger de dentes e perda de urina. Podem também ocorrer convulsões, que tendem, contudo, a cessar após alguns minutos.

 

  • Crises epiléticas localizadas

Apenas parte do cérebro é afetada e, consequentemente, apenas partes isoladas do corpo podem sofrer contrações. Nas crianças podem também ocorrer pequenas contrações dos músculos faciais.

 

A situação de status epilepticus, a mais grave das crises epiléticas, pode manifestar-se através de alterações paroxísticas comportamentais que não param, havendo o risco de falha cardíaca ou respiratória. É uma urgência médica que obriga a tratamento imediato.

 

Como controlar a epilepsia

O tratamento da epilepsia passa geralmente pela identificação da sua eventual causa, de modo a tratá-la (em especial quando esta surge devido à presença de infeções, tumores ou outras lesões significativas). Após o tratamento da causa subjacente, raramente é necessário tomar outro tipo de medicação.

Nos casos em que não é possível detetar a causa concreta da epilepsia, pode recorrer-se à utilização de medicamentos anticonvulsivos que ajudam a prevenir e controlar os ataques epiléticos. Este tipo de fármacos pode, contudo, comportar vários efeitos secundários, pelo que o acompanhamento continuado do seu médico neurologista é fundamental.

O controlo da epilepsia pode ainda ser conseguido pela alteração de comportamentos. É importante que mantenha uma dieta saudável, durma bem e evite as drogas e as bebidas alcoólicas, já que estas substâncias podem desencadear ataques. No caso da epilepsia fotossensível, deve também evitar a exposição prolongada a luzes brilhantes, pelo que deve procurar reduzir o tempo de exposição a televisão ou videojogos.

 

Sabia que...

De acordo com a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, existem entre 50 a 60 mil casos de epilepsia em Portugal. No entanto, quase quatro em cada dez destes casos não estão devidamente controlados. Se suspeitar de que pode sofrer de epilepsia, consulte o seu médico neurologista.

Publicado a 25/05/2016