O que é o enterovírus D68?

Bebés e crianças
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O nome pode ser assustador, mas nem sempre há motivos para alarme, mesmo quando a criança é infetada pelo enterovírus D68. Eis o que todos os pais devem saber.

EV-D68. Podia ser um nome de um agente secreto. Mas é a designação pela qual o enterovírus D68 também é conhecido. Foi identificado pela primeira vez na Califórnia, em 1962. Embora a maior parte das infeções virais se iniciem com febre, tosse e corrimento nasal, o vírus D68 não parece seguir esses padrões - nem todas as crianças apresentam febre. Os sintomas que mais se destacam são:

  • Tosse
  • Dificuldade em respirar (falta de ar)
  • Pieira, por vezes

 

Mas o que são os enterovírus? 

Pertencem a uma vasta família e existe um grupo de enterovírus responsável por exantemas (manifestações cutâneas) que são comuns nos meses de verão e que podem provocar sintomas como manchas planas avermelhadas, pápulas ou manchas que se assemelham às provocadas pela escarlatina ou rubéola ou pápulas. Por vezes, manifestam-se sintomas clínicos mais específicos e característicos, como é o caso da síndrome mão-pé-boca (que causa lesões nestas três zonas) ou a herpangina, em que surgem pequenas vesículas na boca. Os enterovírus também podem provocar queixas respiratórias e/ou intestinais. 

 

Os pais devem ficar alarmados?

Segundo especialistas da Cleveland Clinic, não existem razões para os pais entrarem em pânico: na maior parte dos casos, os sintomas provocados pelo enterovírus D68 são moderados e desaparecem no decorrer de alguns dias. Mesmo nas situações mais graves, os médicos conseguem assegurar a função respiratória e outras funções vitais das crianças até a fase aguda da infeção ser ultrapassada. 

De qualquer forma, o conselho destes especialistas é para os pais estarem atentos e se a criança apresentar o agravamento de sintomas gripais devem levá-la ao pediatra assistente ou a uma consulta de urgência pediátrica.

 

Como é feita a transmissão do vírus

O vírus encontra-se nas secreções respiratórias de uma pessoa infetada - saliva, muco nasal ou expetoração. Julga-se que a propagação do vírus acontece através do contacto próximo com uma pessoa infetada que tosse ou espirra. Tocar em superfícies contaminadas por alguém infetado e depois esfregar os olhos, nariz ou boca é uma forma usual de contágio, até porque os enterovírus conseguem sobreviver numa superfície várias horas, dependendo da temperatura e humidade.

O EV-D68 é diagnosticado através de um exame laboratorial específico que não está disponível em todos os hospitais/clínicas.

 

Grupos de risco do enterovírus D68

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention, em geral, os bebés, crianças e adolescentes têm maior probabilidade de serem infetados com enteroviroses e ficarem doentes. Isto acontece por não terem ainda imunidade (proteção), que é adquirida através da exposição a estes vírus.

Nos EUA, o enterovírus D68 tem atingido bebés e crianças entre os 16 meses e os 16 anos, com maior incidência em crianças de 4/5 anos.

 

Tratamento da infeção pelo EV-D68

Não existe uma vacina para prevenir a infeção pelo vírus EV-D68 nem um fármaco antiviral para tratá-lo. Assim, o tratamento baseia-se em diversas medidas de suporte para tratar os sintomas respiratórios e, em casos mais graves, os doentes necessitam de ser hospitalizados.

 

7 Medidas de proteção

  1. Evite tocar nos olhos, no nariz ou na boca se não tiver as mãos lavadas
  2. Lave as mãos com sabonete, durante 20 segundos, várias vezes ao dia. Habitue os seus filhos a fazer o mesmo
  3. Se tem um bebé, lave as mãos após ter-lhe mudado a fralda
  4. Tussa para o antebraço e ensine as crianças a fazê-lo
  5. Desinfete frequentemente os puxadores das portas, interruptores e brinquedos
  6. Não use o copo ou talheres de alguém que esteja doente
  7. Não abrace ou beije alguém que esteja doente

 

Sabia que...

Os enterovírus são detentores da capacidade de sobreviverem à acidez do estômago e de infetarem o intestino.

Publicado a 22/09/2014