Perda auditiva: conheça os implantes mais eficazes

Ouvidos, nariz e garganta
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Sabia que 5% da população mundial tem perda auditiva incapacitante? Mas este problema, que afeta miúdos e graúdos, pode ter solução. Conheça aqui algumas delas.

Todas as faixas etárias (crianças, jovens, adultos e idosos) são afetadas pela perda auditiva incapacitante, levando frequentemente ao isolamento social numa comunidade ouvinte e depressão. Na criança, quando existe uma perda auditiva importante, associa-se frequentemente uma diminuição ou mesmo ausência de oralidade.

Um dos grandes desafios médicos da atualidade é restaurar a audição de pessoas com essa incapacidade, assegurando-lhes a melhor qualidade de vida possível. Felizmente, na sequência de décadas contínuas de investigação, surgiram várias soluções auditivas protésicas e implantáveis que, hoje em dia, são utilizadas em todo o mundo.

 

O que explica a perda de audição?

Na audição normal, o som é captado e enviado até ao tímpano, cuja vibração é convertida em impulsos elétricos. Estes, por sua vez, são enviados para o cérebro através do nervo auditivo. Quando ocorre surdez incapacitante e irreversível, a lesão das células do ouvido interno não permite que os sinais acústicos (vibração) sejam convertidos em impulsos elétricos.

 

Como tratar?

Existem diferentes tipos e graus de perda auditiva. De acordo com a severidade da perda auditiva, aplica-se o tratamento adequado que pode ir de próteses auditivas convencionais a implantes.

Em determinadas situações a terapêutica ideal é efetuada com recurso a implantes que poderão ser desde osteointegrados, do ouvido médio, cocleares e do tronco cerebral aplicados de acordo com o tipo e grau de perda, necessitando de intervenção cirúrgica. Nos casos mais graves de surdez, os implantes cocleares e os implantes de tronco têm-se revelado as soluções mais eficazes.

 

O que é o implante coclear?

É um aparelho que transforma os sons e ruídos do meio ambiente em energia elétrica capaz de estimular o nervo coclear, desencadeando uma sensação auditiva no indivíduo. Esta técnica, que foi testada em mais de 400 mil doentes em todo o mundo, já provou ser eficaz no tratamento de casos de surdez neurossensorial severa a profunda.

 

Critérios de avaliação e seleção de candidatos a implantes cocleares

  • Crianças com surdez pré-lingual (instalada antes do desenvolvimento da linguagem oral) decorrente de situações congénitas
  • Crianças e adultos com surdez pós-lingual progressiva ou adquirida
  • O doente não deverá sofrer de patologia do ouvido externo e/ou ouvido médio
  • O ouvido interno deverá estar normalmente formado
  • É imprescindível a integridade do nervo auditivo e das áreas acústicas do sistema nervoso central
  • É necessária ser feita uma avaliação para a aplicação de anestesia geral
  • O doente e a sua família deverão estar motivados, informados sobre todo o processo e com expectativas realistas
  • O candidato e a sua família deverão ser capazes de manter o sistema a funcionar convenientemente e proceder à sua manutenção

 

Sabia que...

Em adultos, os melhores casos de reabilitação com implante coclear são os de surdez súbita ou surdez progressiva.

 

O que é o implante de tronco cerebral?

Originalmente desenvolvido para restaurar a audição em pacientes com ausência ou lesão no próprio nervo auditivo, este tratamento difere do implante coclear na medida em que é colocado diretamente no núcleo coclear, e não na cóclea (dado o dano do nervo auditivo). O estímulo elétrico no nervo danificado é interpretado pelo cérebro como som e permite:

  • Proporcionar sensações auditivas
  • Detetar sons médios e fortes do ambiente
  • Melhor discriminação da fala e perceção do ritmo e volume da fala

 

Sabia que...

  • Cerca de 360 milhões de pessoas em todo o mundo - 328 milhões de adultos e 32 milhões de crianças - têm perda auditiva incapacitante. Estes valores traduzem-se em 5% da população mundial.
  • Quanto mais cedo for o diagnóstico e consequente implantação, melhores serão os prognósticos de reabilitação, havendo já cirurgias realizadas a partir dos seis meses de idade.
  • As crianças surdas profundas implantadas podem ser integradas no ensino regular e ter um desempenho escolar semelhante ao dos restantes colegas.
Publicado a 03/09/2013