Como prevenir os afogamentos

Bebés e crianças
Prevenção e bem-estar
5 mins leitura

O afogamento é a segunda causa de morte acidental em crianças e jovens até aos 19 anos na Europa

Em Portugal, na última década faleceram pelo menos 189 crianças e jovens por afogamento.

Para as crianças, a época balnear é sinónimo de divertimento na praia/piscina. Infelizmente é muitas vezes nesses momentos de lazer que ocorrem fatalidades.

 

Recomendações gerais na água

  • Nomeie uma pessoa adulta e capaz de intervir, responsável pela vigilância das crianças
  • Prepare um telemóvel/telefone para utilizar em caso de emergência
  • Ensine as crianças a nadar logo que possível, a partir dos 3,5 /4 anos.
  • Ensine às crianças comportamentos seguros na água:
  • Nunca nadar sozinha
  • Nadar paralelamente à margem
  • Nunca mergulhar de cabeça sem saber bem qual a profundidade da água ou se existem rochas ou desníveis no fundo, não mergulhar em pontões
  • Nunca atrapalhar outras crianças com brincadeiras perigosas (ex. empurrões)
  • Sensibilize as crianças para o perigo da água desde pequenas, para que elas se tornem progressivamente conscientes do perigo.

 

Auxiliares de flutuação

Não substituem de todo a vigilância mas a utilização de auxiliares de flutuação adequados e bem colocados – braçadeiras e coletes salva-vidas – pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Existem muitos produtos no mercado (ex. bóias e colchões insufláveis) que não sendo equipamentos de segurança, se confundem facilmente com auxiliares de flutuação e que se podem tornar muito perigosos: viram-se facilmente e podem ser arrastados com o vento ou a ondulação. Faça uma boa escolha!

 

Escolha e utilização de braçadeiras

  • Adequar ao peso da criança e estar de acordo com as normas de segurança
  • Ter pipos com saída de ar controlada
  • Ter duas câmaras-de-ar independentes em forma de anel à volta do braço
  • Ter cores garridas
  • Podem ser utilizadas quando a criança está a nadar em águas translúcidas, calmas e pouco profundas e devem ser colocadas mesmo quando a criança está a brincar perto da piscina
  • Em cada colocação, acabe de enchê-las já no braço para que fiquem bem ajustadas e para que a criança não as consiga retirar facilmente.

 

Coletes salva-vidas

  • Adequar ao tamanho e peso da criança e estar de acordo com as normas de segurança
  • Não podem ser insufláveis
  • Devem ser usados por todas as crianças e adolescentes, independentemente da sua idade, na prática de desportos aquáticos ou passeios de barco
  • Em águas agitadas, turvas ou profundas opte por um colete salva-vidas em vez de braçadeiras.

 

Piscinas privadas

  • Prepare uma bóia ou cabo extensível perto da piscina
  • Mantenha a água límpida e sã
  • Depois do banho, remova da piscina todos os brinquedos e objetos flutuantes que a criança poderia querer apanhar. Volte a colocar o material de proteção
  • Coloque uma vedação eficaz: com 4 paredes sólidas e estáveis, de modo a não permitir a passagem de uma criança por cima ou por baixo (mínimo de 110 cm de altura, máximo de 8cm entre o pavimento e o bordo inferior da vedação). A vedação não pode ter intervalos que permitam a passagem da cabeça de uma criança: no máximo 10cm de distância entre elementos verticais, se optar por uma vedação em rede as aberturas devem ser inferiores a 3x3cm. Deve ter um portão ou cancela que se feche automaticamente, sempre que alguém o utilize, com o puxador colocado na face interna do portão, a 10cm abaixo do bordo superior da vedação, fora do alcance de mãos curiosas e persistentes, ou um mecanismo de fecho só possível de abrir através de duas ações distintas e coordenadas. A vedação não pode ser escalável e deve ter alguma transparência, de forma que o recinto da piscina seja visível do exterior
  • Certifique-se de que os mecanismos de aspiração da água estão devidamente protegidos por grelhas, que evitam a aspiração de partes do corpo
  • Há outras barreiras físicas tais como o abrigo e a cobertura rígida, eletrónica ou manual, mas para que sejam eficazes deverá assegurar-se de que estão sempre fechados quando não está nenhum adulto a utilizar a piscina. As coberturas maleáveis não são indicadas para evitar o afogamento uma vez que facilmente acumulam água e permitem que uma criança escorregue por baixo delas
  • A colocação de um alarme, pode ser um bom auxiliar de vigilância mas não substitui a vedação. Não se esqueça de verificar regularmente o seu bom funcionamento.

 

Praia e piscinas públicas

  • Escolha uma zona de praia ou piscina vigiada
  • Consulte diariamente a meteorologia local
  • Verifique as marcas de profundidade.

 

Gestos que salvam

Uma criança reanimada imediatamente tem 5 vezes mais hipótese de sair ilesa de um afogamento. Aprenda a fazer reanimação cárdio-respiratória. Se ocorrer um acidente por submersão e a criança parar de respirar, saiba como agir:

  • Tenha um telefone portátil à mão ou localize previamente o telefone mais próximo
  • Se possível, alerte o nadador salvador
  • Chame o 112 e dê indicações precisas sobre o local onde se encontra
  • Se souber, inicie a reanimação cárdio-respiratória e mantenha-a até à chegada da ambulância. Este gesto pode salvar uma vida!

 

Lembre-se que uma criança pode afogar-se silenciosamente em menos 3 minutos, a menos de um palmo de água. A forma mais eficaz de prevenção do afogamento é o controlo do acesso à água! Só uma vigilância ativa e constante por parte de adultos permite uma prevenção eficaz.

Publicado a 14/02/2019