Cancro da mama:

o combate começa na prevenção e diagnóstico
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Saiba o que pode fazer para se defender do cancro da mama e para se assegurar que, caso aconteça, é detetado numa fase precoce.

Um inquérito conduzido pela Washington’s Society for Women’s Health Research, há cerca de uma década, revelava que o cancro era a doença mais temida pelas mulheres. Entre os vários tipos de cancro, o cancro da mama encabeçava a lista - apesar de as doenças cardiovasculares serem a maior causa de morte entre as mulheres norte-americanas (à semelhança do que acontece em Portugal). Pela componente emocional e forte impacto na autoimagem feminina, o cancro da mama pode ser estigmatizante. 

 A luta contra esta doença começa pela prevenção e diagnóstico precoce. Sabia que aproximadamente 85% das mulheres que tiveram cancro da mama encontram-se bem cinco anos após a doença? Não deixe que o medo a paralise e siga estes conselhos. 

 

Prevenir o cancro da mama: como?

Embora existam riscos que não estão ao seu alcance modificar (como ter história familiar de cancro da mama), a ciência tem vindo a demonstrar, através de estudos publicados, que existem mudanças ao nível do estilo de vida que permitem reduzir o risco de vir a ter esta doença.

 

1. Não consuma bebidas alcoólicas 

 As pesquisas têm comprovado que a ingestão de bebidas alcoólicas (de qualquer tipo) aumentam o risco de cancro da mama. De acordo com a Breastcancer.org, quando comparadas com mulheres que não consomem bebidas alcoólicas, as mulheres que bebem três bebidas alcoólicas por semana têm um risco de cancro da mama 15% mais elevado. 

 

2. Mantenha um peso adequado 

Segundo a Mayo Clinic, o excesso de peso e a obesidade aumentam o risco de cancro da mama, especialmente se a mulher se tornar obesa depois da menopausa.

 

3. Amamente, se possível 

A amamentação parece ter um papel benéfico na prevenção do cancro da mama (e no cancro do ovário). Quanto mais tempo amamentar, maior será o efeito protetor.

 

4. Não fume 

Dados sugerem que existe uma associação entre fumar e cancro da mama, especialmente nas mulheres em pré-menopausa.

 

5. Pratique exercício físico

 Ser ativo fisicamente vai ajudá-la a manter o peso ideal (e, deste modo, evitar o excesso de peso e a obesidade que, como foi atrás referido, são fatores de risco para o cancro da mama). Os adultos devem fazer, no mínimo, 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos semanais de atividade física vigorosa. Procure que os 150 minutos sejam repartidos ao longo da semana. 

 

6. Tenha uma alimentação equilibrada 

Uma dieta pobre em gorduras parece oferecer uma ligeira proteção em relação ao cancro da mama, segundo a Mayo Clinic. Não existe uma consistência, em termos de estudos científicos, que demonstre que uma dieta rica em fruta e vegetais proteja contra o cancro da mama. No entanto, é já conhecido que uma alimentação equilibrada e diversificada é um fator-chave para manter um peso adequado e tem um efeito protetor em relação a vários tipos de cancro, doenças cardiovasculares e diabetes.

 

7. Não faça terapia hormonal de substituição por um período prolongado 

De acordo com a Mayo Clinic, fazer a terapia hormonal de substituição (terapia que ajuda as mulheres na menopausa a atenuar queixas como os afrontamentos, entre outras) por um período superior a três/cinco anos aumenta o risco de cancro da mama. Aconselhe-se com o seu médico assistente.

 

3 pilares do diagnóstico precoce do cancro da mama

O diagnóstico precoce aumenta a probabilidade de o tratamento ser iniciado atempadamente, aumentando as chances de ser eficaz. Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, são detetados em Portugal, anualmente, cerca de 4500 novos casos de cancro da mama. O seu diagnóstico assenta em três pilares:

 

1. Autoexame da mama

A partir dos 20 anos, todas as mulheres devem realizar o autoexame da mama mensalmente - depois da menstruação. Para aprender a fazê-lo, leia O que deve vigiar nas diferentes fases da vida. E não se esqueça: deve aconselhar-se com o médico assistente se sentir alguma destas alterações:

  • Nódulo ou endurecimento na mama ou na axila
  • Modificação no tamanho ou formato da mama
  • Alteração da coloração ou sensibilidade da pele da mama ou da auréola
  • Retração da pele da mama/mamilo
  • Corrimento mamilar

 

2. Exame clínico da mama

A partir dos 20/30 anos, todas as mulheres devem fazer a avaliação clínica da mama. Neste exame, o médico faz a palpação da mama e verifica se existem diferenças entre as mamas e se existe, entre outros sinais, vermelhidão, depressões cutâneas ou secreção ou perda de líquido quando os mamilos são pressionados.

 

3. Mamografia

A mamografia vai permitir visualizar se existem nódulos na mama, ainda antes de estes poderem ser palpados ou sentidos pela mulher durante o autoexame. Também possibilita verificar se existem microcalcificações.

Se a mulher tiver fatores de risco pessoais ou familiares de cancro da mama, o médico fará um ajuste individualizado à vigilância.

 A nível geral, a primeira mamografia deve ser realizada por volta dos 35 anos e a segunda a partir dos 35 anos, de 18 em 18 meses, até à menopausa. Após a menopausa, deve ser feita de 24 em 24 meses. 

De acordo com os resultados da mamografia, o médico poderá pedir que esta seja repetida e/ou que seja realizada uma biopsia mamária.

Para saber como se processa a mamografia e como se pode preparar para este exame, leia Mamografia: porque é tão importante.

 

Sabia que...

O cancro da mama também pode atingir os homens, embora raramente. Em Portugal, cerca de 1% dos casos de cancro da mama ocorrem no sexo masculino.

Publicado a 23/10/2014
Doenças