Doenças do sono: acorde para este problema

Prevenção e bem-estar
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Um sono reparador é fundamental para a saúde. Saiba qual o impacto das doenças do sono na sua qualidade de vida e os sinais de alerta a que deve estar atento.

Costuma dizer-se que dormir bem é importante e não é por acaso: um sono reparador é fundamental para a sua saúde e constitui um dos três pilares para uma vida saudável, conjuntamente com uma dieta equilibrada e a prática de exercício físico regular.

As doenças do sono são frequentes e têm impacto sobre a qualidade de vida e sobre a saúde, associando-se a um risco cardiovascular aumentado.

Apesar de muitas destas doenças serem preveníveis e tratáveis, estima-se que menos de um terço dos doentes procure ajuda médica.

 

Impacto das doenças do sono

Entre as perturbações do sono mais frequentes encontram-se as doenças respiratórias do sono, como a síndrome de apneia obstrutiva do sono. Esta síndrome associa-se a maior risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, arritmias e enfarte, e a maior risco de acidente vascular cerebral (AVC).

A insónia, por sua vez, que afeta 30-45% da população adulta, está relacionada com taxas mais elevadas de ansiedade e depressão.

Por outro lado, existem alterações hormonais associadas às perturbações do sono que causam aumento do apetite, favorecendo obesidade, que, por si só, também é um fator de risco para doenças do sono.

As perturbações do sono não têm só impacto individual, como têm efeito negativo na vida familiar e nas atividades sociais, promovendo o isolamento.

 

Quais são os sinais de alarme

Existem alguns sinais de alerta a que deve estar atento.

Na síndrome de apneia obstrutiva do sono, uma das doenças mais frequentes, os doentes (e por vezes os seus cônjuges) relatam noites agitadas, com pausas respiratórias seguidas de ressonar elevado, respiração irregular e engasgamentos noturnos.

Como consequência de um sono não reparador, os doentes sentem frequentemente cansaço ao acordar, sonolência diurna excessiva (que acontece muitas vezes durante o exercício da sua profissão ou durante a condução), alteração da memória e concentração e, por vezes, diminuição da libido. A sonolência diurna exagerada pode ter consequências graves, relacionando-se com aumento de acidentes de trabalho e acidentes de viação.

 

Diagnóstico

Encontram-se descritas mais de 100 perturbações do sono diferentes e, por isso, uma história clínica detalhada é fundamental para a decisão do exame mais adequado.

Em muitas destas doenças, como a síndrome de apneia obstrutiva do sono, o estudo do sono pode estar indicado. Trata-se de um exame simples, indolor, não invasivo, que permite o registo de vários parâmetros durante o sono: 

  • Fases do sono
  • Despertares
  • Alterações da respiração
  • Oxigénio
  • Pulsação
  • Entre outros

De acordo com o resultado, é efetuado o diagnóstico e avaliada a gravidade da doença, essenciais à decisão do tratamento mais adequado. Além deste exame, existem outros exames que podem ser úteis no diagnóstico e caracterização da doença e que devem ser decididos caso a caso.

 

O que fazer?

Se apresenta alguns destes sinais de alerta, procure ajuda. As perturbações do sono podem ter consequências graves para a saúde e aumentam a probabilidade de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. É importante adotar medidas gerais para melhorar a qualidade do sono, para que o sono tenha a duração adequada (superior a sete horas por noite nos adultos), para que seja contínuo (sem despertares) e para que seja profundo, ou seja, reparador.

 

8 medidas para uma boa higiene do sono:

  • Adotar um horário regular de sono (adormecer e acordar à mesma hora, todos os dias)
  • Evitar sestas superiores a 45 minutos durante o dia
  • Evitar o consumo de álcool (sobretudo nas quatro horas antes de deitar) e não fumar
  • Evitar refeições pesadas, picantes e excesso de açúcar nas quatro horas antes de deitar
  • Praticar exercício físico regular (mas deve ser evitado exercício intenso no final do dia)
  • Manter o quarto com temperatura adequada, sem ruído e sem luminosidade
  • Evitar utilizar o telemóvel, computador ou tablet nas horas antes de deitar
  • Evitar ver televisão no quarto
Publicado a 16/03/2017