Gota:

o que é e como reduzir o ácido úrico no sangue
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Doenças crónicas
Dor
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É uma doença reumática, potencialmente grave e incapacitante, mas a gota pode ser facilmente tratada com dieta, hábitos de vida saudáveis e alguns medicamentos.

Já ouviu falar de gota? Esta doença reumática de cariz inflamatório atinge até 3% da população geral (com tendência para aumentar) e é mais prevalente nos homens do que nas mulheres, numa proporção de até sete homens para uma mulher. Enquanto nos homens a primeira crise acontece normalmente entre os 40 e os 60 anos, na mulher surge habitualmente a partir dos 60 anos. Mas o que causa ao certo a gota? Esta doença resulta de hiperuricemia, isto é, do excesso de ácido úrico no sangue e da sua acumulação nas articulações sob a forma de cristais de monourato de sódio. Ponto a ponto, saiba tudo sobre esta patologia, dos fatores de risco ao tratamento.

  

Principais fatores de risco

  • Genética
  • Alimentação, sobretudo quando rica em purinas (carnes vermelhas, vísceras, marisco)
  • Ingestão de bebidas alcoólicas (em particular bebidas brancas e cerveja)
  • Toma de fármacos que interferem com a natural excreção de ácido úrico pelo organismo (como os diuréticos tiazídicos)

 

Sintomas da gota

Os sinais e sintomas da gota variam conforme a fase da doença. Compreendem:

  • Dor
  • Febre
  • Inflamação nas articulações, com calor, rubor e edema (inchaço), particularmente nos membros inferiores (pés, tornozelos, joelhos), mas também nos membros superiores (mãos, punhos e cotovelos)
  • Problemas renais (como cálculos nos rins e insuficiência renal) e metabólicos (como hipertensão)

 

Sabia que…

Em metade dos casos, a gota atinge o primeiro dedo do pé. Essa crise chama-se podagra.

 

Fases da doença

  • Fase inicial: A gota pode não dar quaisquer sintomas.
  • Crises: Com o passar do tempo, surgem as crises inflamatórias, de forma intermitente, com sintomas evidentes nas articulações atingidas. As crises podem desaparecer por si só em cerca de uma ou duas semanas.
  • Cronicidade: A longo prazo, se não houver tratamento, estabelece-se a gota crónica, em que os sintomas são contínuos, sem interrupções, com a presença de tofos (aglomeração de cristais).

 

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de:

  • Sinais e sintomas (clínica)
  • Exames complementares de diagnóstico (análise do líquido sinovial, exames de imagem)

 

Tratamento da gota

O tratamento da gota depende da fase da doença, envolvendo:

  • Perda de peso
  • Abstinência de álcool
  • Estilo de vida saudável: exercício físico, dieta pobre em purinas, ingestão abundante de água (salvo contraindicação)
  • Na fase aguda, a terapêutica com anti-inflamatórios não esteroides, colchicina ou corticoides visa atenuar os sinais e sintomas
  • Como tratamento crónico, um fármaco hipouricemiante contribui para baixar o ácido úrico (para níveis abaixo de 6 ou 5 mg/dL, dependendo dos casos), de modo a prevenir crises futuras e evitar a destruição das articulações e a evolução natural para a incapacidade

 

Potenciais consequências

A gota é um fator de risco cardiovascular, podendo preceder uma série de doenças potencialmente graves. Além disso, pode provocar incapacidade.

 

Atenção!

Os níveis de ácido úrico no sangue não chegam para diagnosticar gota. Algumas pessoas têm níveis elevados, mas não desenvolvem a doença. Outras têm valores baixos mesmo durante uma crise.

Publicado a 13/09/2017