A escleroterapia é um procedimento médico utilizado para o tratamento de veias varicosas e as chamadas “aranhas vasculares”.

Neste procedimento, é injetada uma solução diretamente na veia que provoca uma reação de irritação da prece da veia, que incha, colapsa e forma uma cicatriz que irá desaparecendo ao longo do tempo. O sangue passa a circular por outras veias mais saudáveis.

É muitas vezes considerada como o tratamento primário para pequenas varizes (microvarizes).

Em alguns casos podem ser necessárias várias sessões de escleroterapia.


Vantagens e benefícios
As microvarizes e as “aranhas” resultam de veias enfraquecidas ou danificadas e podem, também, resultar de fatores hormonais, exposição ao sol ou traumatismos,

A escleroterapia funciona muito bem na maioria dos casos.

Estima-se que 50 a 80% das veias possam ser eliminadas numa única sessão.


Metodologia

Antes do procedimento, será avaliada a história clínica do paciente e será realizada a sua avaliação médica.

É importante tentar perceber qual a causa para a formação das varizes e, por isso, importa averiguar a existência de doenças recentes ou condições médicas existentes, como problemas cardíacos, uso de medicação, como aspirina, anti-inflamatórios, antibióticos, anticoagulantes ou contracetivos orais.

No dia anterior ao procedimento, deve-se evitar a depilação ou a aplicação de cremes nas pernas. Devem ser vestidas roupas leves e confortáveis.

Normalmente a escleroterapia não necessita de anestesia e é realizada em menos de uma hora.

Durante o procedimento o paciente permanecerá deitado. Após limpeza com álcool da zona a tratar, o médico recorre a uma agulha fina para injectar uma solução na veia afetada.

Alguns médicos utilizam uma versão da solução em espuma, sobretudo para varizes maiores. A espuma tende a cobrir uma superfície maior do que o líquido.

Alguns pacientes podem sentir uma pequena picada ou dor no momento da inserção da agulha na veia.

Assim que a agulha é removida, o médico comprime e massaja a zona para impedir a hemorragia e para evitar que ocorra dispersão da solução.

Aplica-se uma compressa no local da injeção para manter a zona comprimida enquanto o médico avança para a próxima veia a tratar.

O número de injeções necessárias dependerá do número e tamanho das veias a tratar.

Depois do procedimento, o paciente deverá permanecer em repouso, deitado, durante 15 a 20 minutos. O médico irá avaliar os locais da injeção devido aos efeitos secundários imediatos. Depois disso poderá levantar-se e andar.

É importante caminhar e mover as pernas de modo a evitar a formação de coágulos sanguíneos.

Durante duas a três semanas deverão ser utilizadas meias ou bandas de compressão para manter a compressão sobre as veias tratadas.

A maioria das pessoas retoma as suas atividades normais no mesmo dia, mas é aconselhável ter um acompanhante que leve o paciente a casa depois do procedimento.

De um modo geral, o médico aconselhará evitar exercício físico exaustivo durante duas semanas após o procedimento. Também deverá ser evitada a exposição solar nas zonas tratadas durante esse tempo. A inflamação provocada pelas injeções combinada com a exposição solar pode levar ao aparecimento de pontos negros na pele, especialmente se esta já tiver um tom escuro.

Nas varizes ou “aranhas” pequenas, os resultados são visíveis ao fim três a seis semanas. Em veias muito grandes pode ser necessário um período de três a quatro meses. Como regra, as veias tratadas não sofrem uma recaída, mas as varizes podem afetar outras veias.

Irão ser programadas consultas de acompanhamento para se avaliar o sucesso do tratamento e para decidir se serão necessárias mais sessões.

Geralmente deve-se aguardar entre quatro a seis semanas antes de uma nova sessão de escleroterapia.


Indicações

A escleroterapia é realizada por motivos estéticos, para tratar e melhorar a aparência das varizes e aranhas vasculares, malformações vasculares, malformações no sistema linfático, hemorróidas e, também, para melhorar alguns sintomas relacionados, como a dor, o inchaço e o ardor.


Cuidados a ter

Se a paciente estiver grávida é recomendável aguardar até depois do parto para fazer a escleroterapia.

A escleroterapia é um procedimento seguro com poucas complicações.

Podem ocorrer alguns efeitos secundários no local da injeção como uma sensação de ardor, aparecimento de zonas vermelhas ou pequenas feridas na pele, pele mais escura em forma de linhas ou pontos. Estes efeitos secundários tendem a passar em alguns dias a semanas.

Pode ainda ocorrer inflamação, geralmente pouco grave mas que pode provocar inchaço, rubor e desconforto no local da injeção.

Pode-se formar um coágulo sanguíneo na veia tratada que terá de ser drenado. Raramente o coágulo sanguíneo segue caminho para uma veia mais profunda na perna (trombose venosa profunda). A trombose venosa profunda pode causar um quadro grave de embolia pulmonar, se o coágulo viajar desde a perna até aos pulmões bloqueando uma artéria vital. É essencial procurar cuidado médico se ocorrer dificuldade em respirar, dor no peito, tonturas, ou expetoração com sangue.

Podem formar-se pequenas bolhas de ar na corrente sanguínea que raramente causam sintomas. Quando eles ocorrem, os mais comuns são distúrbios visuais, dores de cabeça, tosse e náuseas. Geralmente estes sintomas tendem a desaparecer.

É possível desenvolver uma reação alérgica à solução usada no tratamento, mas é um acontecimento muito raro.