Unidade de Neuropsiquiatria

A Unidade de Neuropsiquiatria é constituída por uma equipa multidisciplinar que se dedica à avaliação e tratamento das manifestações psiquiátricas ou alterações comportamentais de patologias neurológicas tais como:

  • Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC)
  • Parkinson
  • Esclerose Múltipla
  • Epilepsia
  • Traumatismos Cranianos
  • Tumores Cerebrais
  • entre outras

 

Tem como objetivo promover uma elevada qualidade de serviços no:

 

Diagnóstico multidisciplinar: Esclarecimento do diagnóstico com colaboração multidisciplinar de várias especialidades, nomeadamente a Psiquiatria, Neurorradiologia, Neurofisiologia, Neurologia e Medicina do Sono. No âmbito do diagnóstico são realizadas avaliações neuropsicológicas detalhadas enquadradas na avaliação clínica e restantes exames auxiliares de diagnóstico (EAD).

 

Realização de planos de tratamento integrados que englobam:

  • Psicoterapia incluindo neurorreabilitação cognitiva;
  • Terapia ocupacional;
  • Medicina Física e Reabilitação;
  • Psicofarmacologia.

 

Áreas de atuação:

  • Perturbações psiquiátrica de difícil gestão sintomática associadas a patologias neurológicas e neurocirúrgicas
    • Exemplos: Doença de Parkinson, Síndrome Tourette, Doença de Huntington; demências de início precoce; traumatismos crânio-encefálicos com alterações do comportamento; doenças desmielinizantes (esclerose múltipla).
  • Perturbações psiquiátricas com manifestações que parecem neurológicas
    • Exemplos: Perturbações somatoformes, crises não epiléticas psicogénicas; pseudo-demência depressiva; amnésias psicogénicas; perturbações dissociativas-conversivas.
  • Doentes com demência ou traumatismo craniano, ou doenças neurológicas com comportamentos e sintomas de difícil controlo:
    • com alucinações (veem, ouvem ou sentem coisas imaginárias ou falam sozinhos)
    • com delírios (acreditam e/ou dizem coisas fora da realidade, com convicção)
    • com agitação física e mental
    • com agressividade
    • com perturbação dos ritmos de sono

 

A Unidade de Neuropsiquiatria da CUF possui equipas de profissionais de saúde experientes no tratamento destas patologias no Hospital CUF Porto. Estamos sempre disponíveis para o ajudar.

Que manifestações podem ter doentes com demência

A depressão e os problemas associados à ansiedade (angústia, inquietude) são comuns e podem aparecer antes de a doença ter sintomas de tipo intelectual evidentes. Podem também ser manifestados nas fases iniciais da doença.

É também frequente o doente ter períodos em que está confuso, desorientado no espaço e no tempo, com perda da noção do ritmo do dia e da noite.

Em fases mais avançadas, podem surgir ideias erradas que são mantidas pelos doentes como sendo factuais (falsas memórias, delírios), e que são perturbadores para os próprios e para os cuidadores. Podem acontecer perceções sem estímulo (os doentes ouvem e, sobretudo, veem pessoas, objetos ou animais imaginários). Muitas vezes verificam-se alterações do comportamento com agressividade verbal ou mesmo física, ou períodos de apatia sem fala espontânea. Isto sucede pelas várias perdas intelectuais, entre elas: da memória para factos e acontecimentos; de referências contextuais; da capacidade de controlar impulsos; da utilização da linguagem, da capacidade de planeamento de tarefas ou de execução de atividades do dia a dia.

Como lidar com um doente com demência, agitado?

Reduzindo o tipo e a intensidade de estímulos em seu redor (pessoas presentes ao mínimo, ruído baixo, sem luzes intensas); mantendo o máximo de referências habituais no seu ambiente (idealmente, rodeado de objetos pessoais, fotos e mobílias, caso não seja possível ter o doente na sua casa); não confrontando o doente; tentando manter uma postura tranquila e removendo objetos ou obstáculos que podem ser lesivos ao próprio e aos cuidadores.

Quais os sintomas da Doença de Parkinson?

Na doença de Parkinson não existem apenas sintomas de tipo motor (por exemplo: tremor, lentidão, rigidez muscular, alterações da marcha e da postura). Esta doença afeta vários sistemas neuronais e provoca sintomas muito variados - muitos destes são de tipo psiquiátrico. Os mais importantes são a depressão (cerca de 50% dos doentes), ansiedade (angústia, nervosismo), as ideias de suicídio, os delírios (ideias erradas que a pessoa tem e acredita convictamente, mas que não têm fundamento, como, por exemplo, que estão a roubá-la ou a espiá-la) e alucinações visuais (visões de pessoas ou objetos que na realidade não existem).

A deterioração cognitiva (perda de capacidades intelectuais) surge frequentemente nesta doença e pode chegar à gravidade de uma demência, o que acontece sobretudo nas fases mais avançadas da doença. Mais raramente pode existir a chamada "perturbação do controlo dos impulsos", que é originada pela medicação usada no tratamento dos sintomas motores - nesta situação os doentes agem de forma mais ou menos descontrolada e podem ter comportamentos como comprar demasiadas coisas, jogar de forma exagerada e desinibição sexual.

O que são sintomas neurológicos funcionais?

São sintomas que parecem de doença neurológica, mas em que, na realidade, não existe uma doença deste tipo, nem são encontradas alterações estruturais nos exames, mesmo nos mais detalhados. São exemplos sintomas como: desmaios, falta de força ou formigueiros nos braços e nas pernas, alterações da memória, tremores, desequilíbrios.

A depressão pode surgir após ter tido um AVC?

Sim, pode ocorrer. É uma manifestação frequente, sobretudo nos primeiros seis meses pós-AVC e tem um forte impacto na recuperação. É essencial um diagnóstico precoce e um tratamento atempado de forma a permitir uma melhor reabilitação física e emocional.

Quais são os sintomas da esclerose múltipla?

Esta doença é mais frequente entre mulheres adultas jovens. Podemos encontrar sintomas de tipo depressivo, instabilidade emocional e manifestações de tipo ansioso, com "nervosismo" que não existia antes da doença. Por vezes, estes sintomas antecedem o próprio diagnóstico de Esclerose Múltipla.

Centros

Os Centros CUF encontram-se organizados de forma multidisciplinar e agregadora, proporcionando um acompanhamento completo com base numa organização assente num percurso clínico de um grupo de doenças, órgãos ou especialidades médicas.