Cirurgia convencional vs. cirurgia laparoscópica

Prevenção e bem-estar
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A laparoscopia é uma técnica cirúrgica menos invasiva. Contudo, não pode ser utilizada em todos casos e, por vezes, a melhor solução é a cirurgia convencional.

Durante anos, a cirurgia convencional foi a única opção para tratar diversos problemas médicos. O desenvolvimento de novas tecnologias possibilitou, contudo, a criação da cirurgia laparoscópica (ou laparoscopia) que, em muitos casos, se assume como uma boa alternativa às técnicas tradicionais. Mas o que distingue a laparoscopia das técnicas cirúrgicas convencionais?

 

Cirurgia convencional ou cirurgia laparoscópica: quais são as diferenças?

A cirurgia tradicional faz-se valer da utilização de instrumentos médicos específicos e de diversas técnicas cirúrgicas bem definidas. Pode ter um propósito estético, exploratório (quando utilizada para melhor compreender a causa de um problema ou doença, por exemplo no abdómen) ou terapêutico (se for usada para tratar determinada doença). Pode contemplar procedimentos como extrações, excisões, amputações, entre outros, dependendo do problema que procura endereçar.

A laparoscopia é uma técnica cirúrgica mais moderna, menos invasiva, e que utiliza pequenas incisões (com cerca de 5 mm) para realizar uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos. Utiliza para esse fim um laparoscópio, que é uma câmara de alta resolução ligada a um cabo de fibra ótica, que permite ao cirurgião visualizar num ecrã os diferentes órgãos, por exemplo no abdómen. É assim possível tratar a área afetada de uma forma pouco invasiva e cómoda, tanto para o cirurgião como para o paciente, sem necessidade de fazer grandes incisões.

 

Quais são as aplicações da laparoscopia?

Esta técnica cirúrgica pode ser particularmente útil em várias áreas da medicina, nomeadamente na cirurgia geral, na ginecologia e na urologia, em intervenções como:

  • Técnica diagnóstica: para detetar tumores ou outras doenças em determinadas áreas do corpo, como o abdómen ou a pélvis
  • Remoção de órgãos doentes, como a vesícula biliar ou o apêndice
  • Remoção ou reparação de partes de órgãos do sistema digestivo e urinário, como cólon, estômago, bypass gástrico, bexiga ou rins
  • Remoção ou reparação de órgãos do sistema reprodutor feminino, como útero, trompas de Falópio ou quistos do ovário

 

Vantagens e desvantagens da laparoscopia

A laparoscopia oferece várias vantagens face às técnicas cirúrgicas convencionais:

  • Permite operar através de incisões mais pequenas, milimétricas, fazendo com que haja uma diminuição da dor e do desconforto no pós-operatório. Evita também a formação de cicatrizes maiores e mais visíveis, sendo inquestionável o benefício estético que lhe está associado.
  • O risco de hemorragia é menor, diminuindo também a probabilidade de ser necessária uma transfusão.
  • O risco de infeções é menor, já que, como a incisão é mais pequena, não existe contacto de outros órgãos do corpo com o exterior e, portanto, a probabilidade de contaminação é menor.
  • Permite uma recuperação mais rápida e um retorno mais precoce às atividades do dia a dia. Por ser um procedimento menos invasivo, o tempo de estadia no hospital e de recuperação em casa é geralmente menor.

 

Existem, contudo, vários casos em que a cirurgia convencional pode ser uma melhor opção. Algumas das limitações da laparoscopia face aos métodos convencionais são:

  • Ação potencialmente mais limitada: Por ser uma operação realizada "à distância", o cirurgião pode ter alguma limitação em termos de movimento e de profundidade.
  • Perda de sensação tátil: Como não tem acesso direto à zona afetada, o cirurgião perde a capacidade de analisar tatilmente a zona.
  • Uso limitado: Esta técnica não pode ser aplicada em todos os casos.

 

Sabia que...

A primeira cirurgia laparoscópica em humanos foi realizada em 1910 pelo médico sueco Hans Christian Jacobaeus, pioneiro na área.

Publicado a 29/04/2016