Angioplastia no tratamento do enfarte do miocárdio

Coração
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A angioplastia coronária, ou intervenção coronária percutânea, é um procedimento minimamente invasivo que já salvou muitos corações, literalmente falando.

Realizada há mais de 40 anos, a angioplastia coronária é um procedimento médico por via minimamente invasiva que permite desbloquear uma artéria que está total ou parcialmente obstruída e repor o fluxo normal de sangue na zona do coração onde este fluxo tinha sido interrompido.

 

Como é feita a angioplastia

Os médicos responsáveis pela realização de uma angioplastia são os cardiologistas de intervenção. Estes especialistas trabalham em unidades de hemodinâmica, dedicadas ao diagnóstico e tratamento da doença coronária, valvular, congénita e arterial periférica.

Na angioplastia coronária, os médicos introduzem um tubo muito fino (cateter), com um balão na extremidade, dentro da artéria que está obstruída, dilatando-a de forma a que seja possível retomar o fluxo de sangue. Por vezes, é também implantada uma rede ou malha metálica (stent ou endoprótese) para garantir que a artéria se mantém aberta para deixar fluir o sangue.

A angioplastia demora habitualmente entre 30 a 45 minutos. Em alguns casos pode ser necessário internamento.

 

Quando é indicada a angioplastia

A angioplastia coronária é um tratamento de eleição no enfarte agudo do miocárdio, designadamente nos casos com supradesnivelamento do segmento ST, quando existe uma oclusão completa da artéria coronária afetada, sendo necessário abri-la com a maior brevidade possível. Este método, usado em alternativa à cirurgia de revascularização, permite:

  • Desbloquear a artéria do coração obstruída normalmente por um coágulo (trombo) provocado pelo rompimento de uma placa de gordura (colesterol ou aterosclerose)
  • Devolver o sangue à zona do músculo cardíaco afetada pela obstrução, permitindo a sua oxigenação e combatendo a isquemia
  • Diminuir a dor e aliviar os sintomas
  • Evitar a morte

 

Possíveis complicações

Como qualquer intervenção médica, a angioplastia não é isenta de riscos. A principal complicação possível é a oclusão da artéria coronária dilatada. Para combater essa hipótese, são administrados medicamentos como os antiagregantes. O risco de morte é muitíssimo baixo.

A prazo, a artéria coronária pode voltar a estreitar-se (reestenose), o que pode requerer uma repetição do procedimento. Contudo, este risco diminuiu muito com a utilização de stents revestidos com fármacos, sendo atualmente inferior a 10%.

 

Preparação e cuidados a ter antes e depois de uma angioplastia

No período de preparação para a angioplastia deverão ser apresentados exames anteriormente realizados. É também aconselhado o jejum de medicação que possa interferir com a coagulação do sangue.

Já o momento pós-procedimento requer cuidados extra. Geralmente, é recomendado repouso durante algumas horas e esforços mínimos nos dias seguintes. De modo a evitar a reestenose, é igualmente aconselhável a adoção de novos hábitos, nomeadamente no que diz respeito a uma alimentação mais saudável e à prática de exercício físico.

 

Como reconhecer um enfarte

O enfarte agudo do miocárdio, ou "ataque cardíaco", uma das principais causas de morte em Portugal, é um problema provocado pela interrupção total ou parcial do fluxo de sangue numa artéria coronária responsável por irrigar o coração. 

Os sintomas podem demorar vários minutos e repetir-se de forma intermitente, incluindo:

  • Dor no peito (pressão, aperto ou ardor) que pode irradiar para o braço esquerdo, queixo ou pescoço
  • Falta de ar
  • Batimentos cardíacos irregulares
  • Suores
  • Enjoos
  • Vómitos
  • Ansiedade
  • Perda de consciência

 

Atenção!

Em caso de enfarte do miocárdio, a angioplastia primária deve ser realizada o mais rapidamente possível, idealmente até 90 minutos após o início dos sintomas, de modo a reverter os danos e minimizar as sequelas.

Publicado a 01/02/2019