Detetou um sinal que o preocupa?

Pele, unhas e cabelo
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Detetou o aparecimento de um novo sinal ou alterações num já existente? Então, está na hora de marcar uma consulta de dermatologia. Fique atento!

Em Portugal, a incidência de cancros de pele tem aumentado e mais de 90% dos casos estão associados a uma exposição solar excessiva e/ou desprotegida ao longo da vida. Estima-se que em Portugal, anualmente, surjam cerca de 100 novos casos de melanoma por ano. 

O melanoma maligno é dos tipos mais graves de cancro (pode ser fatal) e as probabilidades de o tratamento ser eficaz dependem muito de um diagnóstico e início de tratamento precoces. Por isso, se detetou um sinal que se modificou recentemente ou que não existia, leia este artigo até ao fim.

 

O que caracteriza um sinal normal

Um nevo (sinal) pode aparecer durante a infância ou no início da adolescência e poderão surgir vários sinais em simultâneo, particularmente em zonas da pele expostas ao sol. Os sinais permanecem inalterados ao longo de muitos anos e, por vezes, chegam a desaparecer ultrapassada a barreira dos 65 anos.

Um nevo normal tem uma coloração castanha, cor de pele ou preta, distribuída igualmente. É plano ou ligeiramente elevado e de forma oval ou redonda. Geralmente, a dimensão não ultrapassa os seis milímetros de diâmetro.

 

O que caracteriza o melanoma

Usualmente, o melanoma é assimétrico e os bordos são irregulares. A cor varia entre o castanho, preto, azul ou mesmo laranja. O diâmetro pode ser superior a seis milímetros. A pele que circunda o sinal pode ter crostas, feridas ou vermelhidão. O melanoma pode ter o aspeto de uma "bolha de sangue" e pode provocar comichão ou dor.

 

A regra ABCD é um autoexame que pode ajudar a distinguir um sinal normal de um melanoma:

  • Assimetria: metade do sinal é diferente da outra metade.
  • Bordo: os bordos do sinal são irregulares, nodulados e recortados.
  • Cor: não é uniforme. Pode haver diferentes tonalidades de castanho, preto e, por vezes, de vermelho, azul e branco.
  • Diâmetro: o diâmetro do sinal é maior que seis milímetros.

 

Esteja atento a estes sinais

  1. Um sinal que já existia e cuja cor, tamanho ou forma se altera ou que começa a sangrar
  2. Surgirem feridas que demoram muito tempo a cicatrizar
  3. Um sinal tornar-se anormalmente grande
  4. Aparecimento de "bolhas de sangue" debaixo das unhas sem nenhuma razão aparente (pancada, entre outras situações)
  5. Surgir um sinal novo, particularmente depois dos 40 anos, que apresente uma forma irregular ou uma cor anormal
  6. Sentir comichão ou ardor num sinal que já existia

 

Mas atenção!

Existem melanomas que não seguem as regras do ABCD. Alguns dos sintomas que não devem ser desvalorizados incluem o aumento rápido de volume e/ou expansão do sinal, intensificação da pigmentação, características da superfície, erosões e exsudado sanguinolento, reação inflamatória, dor ou prurido.

 

Diagnóstico precoce é fundamental

É muitíssimo importante saber reconhecer mudanças em sinais preexistentes e o que caracteriza um sinal sugestivo de desenvolvimento de melanoma.

Se, após ter examinado o seu sinal tendo em conta a regra ABCD, verificou que este pode não ser normal, aconselhe-se logo que possível com um dermatologista.

 

Oncologia cutânea 

Atualmente existem consultas subespecializadas de oncologia cutânea que se destinam ao acompanhamento de uma pessoa que tenha sido diagnosticada com cancro de pele ou de quem tenha um risco elevado de vir a ter esta doença (história familiar de cancro de pele, entre outros fatores).

A existência de métodos de diagnóstico e de estudo inovadores, os novos tratamentos para o cancro de pele e a abordagem multidisciplinar têm vindo a contribuir para que o número de casos diagnosticados tenha aumentado e para uma maior eficácia dos tratamentos.

 

Sabia que...

No sexo masculino, a localização mais frequente do melanoma é no tronco, em particular na região superior do dorso. No sexo feminino, a localização mais frequente do melanoma é nas pernas e também na zona superior do dorso.

Publicado a 13/08/2015
Doenças